YD comunicação - 15/05/2023
O hábito, somado ao uso correto de equipamentos de proteção individual, são fatores importantes para diminuir a disseminação de infecções hospitalares
O simples ato de lavar as mãos pode evitar a mortalidade de pacientes internados em hospitais. Principalmente se esses pacientes estiverem numa ala que atenda vítimas de queimaduras. O hábito, somado ao uso correto de equipamentos de proteção individual, são fatores importantes para evitar a disseminação de infecções hospitalares.
“A unidade de queimados tem uma população bem específica, com risco maior de infecção não só pela patologia, mas porque normalmente é uma população que tem internamento mais prolongado e que necessita de procedimentos invasivos, como uso de cateter para medicação, de sonda vesical, até mesmo vários procedimentos cirúrgicos e todos esses procedimentos aumentam o risco de infecção”, ressalta a infectologista do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Geral do Estado, em Salvador, a médica Edilane Voss, responsável pelo centro de tratamento de queimaduras da unidade.
Em razão disso, ela explica que a vigilância na unidade de queimados é maior do que em outras áreas do hospital. “A infecção no paciente queimado é causa importante de mortalidade. Então, no grande queimado, a gente precisa realmente que as medidas de controle de infecção sejam bem rigorosas para que a gente consiga fazer de forma bem adequada para evitar o máximo possível essas infecções”, frisa a infectologista.
Ela diz, ainda, que no caso de pacientes queimados, a maior dificuldade é fazer o diagnóstico de uma possível infecção. “A gente utiliza para os outros pacientes alguns parâmetros que a gente chama de Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS). Mas no paciente queimado, pela própria queimadura, já apresenta um quadro de SIRS e isso dificulta um pouco. A gente não tem critério muito objetivo e muito precoce para identificar a infecção nesses pacientes. Então, precisamos acompanhar bem de perto os pacientes para que a gente consiga identificar a infecção precocemente e tome as medidas e o tratamento”, informa a médica.
Além dos cuidados dentro do ambiente hospitalar, quando o paciente recebe alta, junto com ele vão algumas orientações para evitar as infecções em casa. “Estamos planejando para um futuro próximo entregar um material impresso com essas orientações”, adianta Edilane Voss, complementando que no hospital, durante este mês de maio, estão fazendo atividades lúcidas com os profissionais de saúde para frisar a importância do controle de infecção hospitalar.
Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares – A data foi instituída pela Lei 11.723/2008 e tem como objetivo conscientizar autoridades, gestores e profissionais dos serviços de saúde, além da população em geral, sobre a importância do controle das infecções para toda a sociedade.
A data veio em razão de, no dia 15 de maio de 1847, na Hungria, o médico obstetra Ignaz Semmelweis ter defendido e incorporado a prática de lavar as mãos como uma atitude obrigatória para enfermeiros e médicos que entravam nas enfermarias. A partir dessa iniciativa, foi observada uma considerável redução na taxa de mortalidade das pacientes.
No âmbito das políticas públicas, a Anvisa desenvolveu o Programa Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (PNPCIRAS 2016-2020), com o objetivo de diminuir a incidência nacional das infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras). O PNPCIRAS orienta o trabalho desenvolvido por essa rede nacional de prevenção às infecções.