- 24/06/2025
A Sociedade Brasileira de Queimaduras promoveu, na noite desta segunda-feira (23), a última webconferência da campanha Junho Laranja 2025, sobre queimaduras químicas. Estiveram reunidos a vice-presidente da entidade e o diretor científico da entidade, respectivamente, Raquel Pan e Flávio Nadruz, além dos convidados Jayme Farina Júnior, médico e presidente regional São Paulo da SBQ e a médica toxicologista Patrícia Drumond. Cerca de 100 pessoas assistiram ao encontro online.
Após a abertura com Nadruz e Raquel Pan,
Patrícia Drumond, que é Presidente da Associação Brasileira de Centros de
Informação e Assistência Toxicológica e Toxicologistas Clínicos (Abracit),
conceituou queimaduras químicas e apresentou dados.
“As queimaduras químicas são menos
frequentes quando comparadas às outras causas de queimaduras, mas responsáveis
por evoluções mais graves, como perda de visão, cicatrizes com grande
hipertrofia que requerem tratamentos longos e de custos elevados, falência de
órgãos e sistemas por absorção de produto químico e óbito”, elencou Drumond.
Ela trouxe, ainda, o dado de que 2% dos
pacientes admitidos em centros de tratamento de queimaduras no Brasil são
vítimas de queimaduras químicas, destacando que há subnotificação em casos
atendidos em emergências que não foram encaminhados a CTQs.
Logo em seguida, o cirurgião plástico
Jayme Adriano Farina Júnior, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto da Universidade de São Paulo (FMRP/USP) e coordenador da Unidade de
Queimaduras do Hospital de Clínicas da FMRP/USP, fez uma apresentação
detalhando os agentes da queimadura, destacando os atendimento na unidade onde
trabalha.
Segundo dados da Unidade de Queimados do
Hospital de Clínicas da FMRP/USP, 14% dos acidentes ocupacionais foram
provocados por queimadura química e, em casa, 8%.
O médico ainda falou sobre prevenção e
primeiros socorros em caso de queimaduras químicas. “De forma genérica, é
recomendável retirada das roupas em contato e lavar exaustiva e copiosamente a
área afetada com solução salina ou água”, diz Jayme Farina Junior, fazendo uma
ressalva: alguns agentes não devem ser retirados com água por produzir reação
exotérmica quando em contato com água ou por não ser solúvel. Alguns exemplos
são o fenol, o hidróxido de cálcio, ácido sulfúrico concentrado e ácido
muriático. Nestes casos deve ser feita remoção mecânica do agente químico com
cuidado.