Lyd Comunicação - 10/05/2024
Nas equipes de CTQs, enfermeiros e técnicos correspondem a 70% da força de trabalho. Eles participam desde o planejamento terapêutico até manejo da dor
Maio é especial para enfermeiros e técnicos de enfermagem. É neste mês em que duas datas são reservadas para lembrar a importância destes profissionais dentro do atendimento de saúde: 12 de maio, como o Dia Internacional da Enfermagem, e 20 de maio para o Dia Nacional do Técnico e Auxiliar de Enfermagem.
No atendimento aos pacientes queimados, enfermeiros e técnicos de enfermagem desempenham muitas funções. “Isso inclui participação no planejamento terapêutico, atuação direta na limpeza da área queimada, aplicação de terapia tópica e manejo da dor”, enumera a enfermeira Moelisa Dantas, vice-diretora Científica da Sociedade Brasileira de Queimaduras.
Assim como em muitas áreas da saúde, não há formação específica para enfermeiros e técnicos que desejem atuar com vítimas de queimaduras. “Mas entendemos ser essencial o conhecimento no manejo de feridas, que pode ser obtido pelas especializações em dermatologia ou estomaterapia”, explica Moelisa. Ela complementa que para algumas unidades de alta complexidade, é essencial que haja enfermeiros intensivistas e especialistas em centro cirúrgico.
Para além dos conhecimentos técnicos, Moelisa Dantas considera que algumas características pessoais também são importantes para estes profissionais que desejam atuar na área. “Entendo como essencial ser dinâmico e com raciocínio clínico apurado. Mas não podemos esquecer da atitude empática, capaz de atuar com segurança e se solidarizar com a dor que ultrapassa a dimensão corporal”, diz a enfermeira.
Olhando pelo lado do profissional, Moelisa destaca a necessária valorização da categoria. “A Enfermagem vive grandes desafios. A busca de valorização profissional e remuneração adequada me parecem os mais difíceis nesse momento. O trabalho em CTQ tem uma carga de trabalho grande, tanto física quanto emocional. É necessário olhar com atenção e justiça para essa categoria profissional, que tem grande chance de sofrer Bournout”, finaliza.
Segundo o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), no Brasil há 740.578 enfermeiros, 1.805.629 técnicos de enfermagem e 466.878 auxiliares. São Paulo concentra o maior número de profissionais, um total de 777.177, somando as três categorias. Não há dados de quantos destes atuam diretamente com pacientes vítimas de queimaduras, mas eles correspondem a cerca de 70% da força de trabalho nos centros de tratamento de queimaduras.