- 07/07/2020
Mesmo com a pandemia do novo coronavírus, a entidade tem trabalhado na busca de prevenção a queimaduras e atendimento de qualidade às vítimas
O ano de 2020 tem sido difícil para o mundo inteiro, em todos os setores. Para as entidades, como a Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), não poderia ser diferente. Foi preciso adiar planos, remarcar projetos, enfrentar a crise econômica, sem descontinuar o trabalho que já vinha sendo feito. Mesmo diante de todas as adversidades, seguimos em frente.
Os primeiros seis meses foram de atuação rápida diante da pandemia do novo coronavírus, de modo a evitar uma nova crise: o aumento do número de acidentes com queimaduras e a descontinuidade do atendimento às vítimas, já que dia após dia tem aumentado a necessidade de leitos para os casos graves da Covid-19.
Tão logo iniciaram as medidas preventivas do coronavírus, com a indicação massiva do uso de álcool 70% para higienizar mãos e objetos, ainda mais com a liberação do uso deste produto em forma líquida, a SBQ acionou órgãos de controle, centros de tratamento de queimados e a sociedade civil para alertar sobre os perigos do uso irracional desta nova prática.
Diante deste cenário, a SBQ buscou reunir profissionais para discutir o assunto, durante as reuniões semanais do SIG Queimaduras, que tratou assuntos como a síndrome de Bournout e o uso de peles alógenas no tratamento a queimados, além de aspectos nutricionais e novas tecnologias no atendimento a estes pacientes.
Uma parceria com o Governo do Distrito Federal através da Secretaria de Justiça e Cidadania fez nascer a Cartilha de Prevenção de Acidentes domésticos com crianças e adolescentes. Com diálogo, a SBQ também conseguiu com que a Anvisa publicasse recomendações sobre a utilização do álcool de forma consciente. A Sociedade Brasileira de Queimaduras também mobilizou os CTQs para um monitoramento diário de novos casos de queimaduras provocados por álcool e os dados têm servido de alerta, convocando a imprensa no apoio a este trabalho de prevenção.
Fechando o primeiro semestre com chave de ouro, a SBQ promoveu a maior campanha do Junho Laranja desde sua criação, mesmo sendo realizada de modo virtual. Durante todo o mês, governos locais e federal, organizações não governamentais, empresas e a imprensa estiveram do nosso lado, trabalhando as diversas vertentes da prevenção e do cuidado a pacientes já vitimados pelas queimaduras.
FUTURO - Os próximos meses ainda são incertos, mas a SBQ pretende continuar o mesmo trabalho. Segundo o presidente da Sociedade, José Adorno, serão retomadas as agendas com os comitês de fisioterapia, enfermagem, teleducação, banco de dados, bancos de tecidos, prevenção e estrutura dos CTQs.
"Vamos, também, discutir a possibilidade de promover o Curso Nacional de Normatização de Atendimento ao Queimado à distância", frisa Adorno. O curso sempre foi realizado presencialmente, com a finalidade de oferecer conhecimento e normas aos que têm oportunidade de prestar o primeiro atendimento a qualquer pessoa com queimadura.
Na linha de capacitação, a SBQ vai dar continuidade à parceria com a Rede Universitária de Telemedicina (RUTE) para as discussões do SIG Queimaduras, com seis reuniões mensais, sendo agenda fixa a cada 15 dias e uma semanal, de programação aberta.
Neste segundo semestre, a SBQ também pretender atuar mais firme na valorização dos sócios, pois sem eles a entidade não existiria nem teria a expressividade que vem alcançando. "Vamos criar espaços exclusivos destinados aos associados, com discussões por grupos de interesse, por exemplo", destaca José Adorno. Este mesmo fortalecimento também será feito junto às regionais da SBQ.
Segundo José Adorno, as parcerias e a atuação com órgãos de governo também serão continuadas nesta segunda metade do ano. "Teremos agenda fixa com o Sistema Nacional de Transplante, Anvisa, Conselho Federal de Medicina e gestores de bancos de pele para tratar da Política Nacional de Tecidos Alógenos. Também vamos encaminhar temas da linha de cuidados das queimaduras com a frente parlamentar e incrementar as parcerias com o Amal Shriners e Governo do Distrito Federal. A aproximação com as ligas acadêmicas também está prevista nestas parcerias.
O presidente da SBQ também ressalta que nos próximos meses será feito o monitoramento e acompanhamento de estudos multicêntricos sobre impacto do álcool nas queimaduras, avaliação de estruturas de CTQs, estudo internacional de impacto da pandemia nos centros de queimados e discussão sobre o uso de membrana amniótica no tratamento de queimados. "Também já temos conversas para realizar reuniões mensais para monitoramento, planejamento e operacionalização do Global Burn Registry (GBR - Registro Mundial de Queimaduras) com a Organização Mundial de Saúde e CTQs. Começaremos com 12 centros", destaca.
CONGRESSO - Adiado em razão da pandemia de coronavírus, o XII Congresso Brasileiro de Queimaduras está programado para maio de 2021. O maior evento do país voltado para este assunto requer uma nova adequação diante do cenário que se impõe, já estamos em contado com nossos parceiros para alinhar ações mutuas de atividades online prévias aos sócios e inscritos. Todas as informações sobre estes eventos serão publicadas no nosso site no decorrer do 2º semestre e redes sociais.