Membrana amniótica já compõe Política Nacional de Doação e Transplantes criada pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira (26)

- 26/09/2025

O Ministério da Saúde publicou no Diário Oficial da União desta sexta-feira (26) a portaria que cria a Política Nacional de Doação e Transplantes e o uso da membrana amniótica já consta no documento.

Para profissionais que atuam com vítimas de queimaduras, a publicação é motivo de comemoração e fruto de grande batalha de diversas entidades, entre elas a Sociedade Brasileira de Queimaduras. Isso porque o procedimento favorece a cicatrização, reduz o risco de infecções e diminui a dor, beneficiando mais de 3,3 mil pessoas por ano, segundo o Ministério da Saúde. 

A presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras, a médica Kelly de Araújo, ressalta que a entidade celebra esta conquista. 

“A publicação dessa portaria representa um avanço significativo na qualidade da assistência oferecida a pacientes com queimaduras no âmbito do SUS. A membrana amniótica é um tecido biológico com propriedades anti-inflamatórias, cicatrizantes e analgésicas. Para o paciente queimado significa mais conforto e melhores resultados funcionais e estéticos, quando indicada para casos apropriados”, ressalta. 

De acordo com a Portaria GM/MS nº 8.401, fica autorizado o uso da membrana amniótica para finalidade terapêutica, desde que processadas, armazenadas e disponibilizadas por Bancos de Tecidos Humanos autorizados pelo Ministério da Saúde.

Ela poderá ser usada em queimaduras de 2º e 3º graus, no caso de síndrome de Stevens-Johnson; em necrólise epidérmica tóxica e em áreas doadoras de enxerto de pele em decorrência de queimaduras. Para outras finalidades, poderá ocorrer em caráter excepcional, se demandada por médico com experiência no uso do tecido, e se autorizadas pela CGSNT.

Doação

A placenta somente poderá ser coletada após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Serão aceitas doadoras com idade entre 18 e 35 anos, que tenham realizado acompanhamento pré-natal regular e exames sorológicos habituais, todos documentados, com gestação entre 34 e 40 semanas e de parto cesária e sem comorbidades ou alterações associadas. Será feita sorologia com as doadoras por meio de coleta de amostra de sangue. 

O processo de captação e preparo do tecido deve ser feito de forma multidisciplinar, envolvendo uma equipe de no mínimo dois profissionais, sendo um (1) de nível superior da área de saúde ou biológicas, e um (1) técnico, sendo ambos com treinamento para execução das atividades concernentes ao processamento, armazenamento e outras rotinas relacionadas ao banco de tecidos.

Ainda segundo a portaria, os bancos de tecido humano que trabalhem com a membrana deverão elaborar e implementar protocolos para cada etapa do processo, desde a triagem de doador até a disponibilização do tecido, validando-os conforme Plano Mestre de Validação conforme guia recomendado pela Anvisa assegurando o treinamento periódico dos profissionais na aplicação destes, bem como a qualidade geral do processo.

A captação só poderá ser feita em ambientes hospitalares e cirúrgicos, após o parto e o processamento deve ser realizado em até 48horas após a captação.


A portaria ainda detalhas os procedimentos para autorizações de serviços e equipes transplantadoras. 

Outras Notícias

Brasil ganha primeiro Laboratório da Pele de Tilápia, instalado na Universidade Federal do Ceará

Rechaud: é preciso regulamentação e campanhas preventivas

Maria Leonor Paiva, segunda vez presidente da SBQ RN

Nova edição da Revista Brasileira de Queimaduras já pode ser acessada

Luana Gaspar foi vítima de um fio desencapado que quase lhe custou a vida

ISBI abre chamada para programa de avaliação de centros de queimados

CampSamba 2025 reuniu 15 crianças vítimas de queimaduras em Pernambuco

Queimaduras entre crianças: um risco subestimado e frequente

SBQ e Cofen conversam sobre Linha de Cuidados em Queimaduras

No Dia da Secretária, SBQ reconhece a importância da atuação de Loraine Derewlany, secretária executiva da entidade

SBQ participa de Movimento pela Curricularização dos Conteúdos sobre Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos

Fernanda Gazola: “a vida de um sobrevivente de queimaduras é recomeçar todos os dias”

Painel sobre uso da membrana amniótica em pacientes queimados rende elogios

Fala, presidente: Wandressa Nascimento preside a SBQ SE

SBQ e Fundação Ecarta se unem para dar visibilidade à campanha de doação de pele e de membrana amniótica

Porque é tão importante cuidar da saúde mental das vítimas de queimaduras?

SIG Queimaduras completa sete anos com muitos motivos para comemorar

Assembleia aprova nomes para o conselho fiscal da SBQ e o início da elaboração de um compliance

Dia do voluntariado: a importância de doar tempo, talento e amor a quem precisa