YD comunicação - 31/08/2023
Objetivo
é buscar redução da morbidade e melhor qualidade de vida
Qual o
papel da terapia nutricional no paciente queimado? A resposta mostra o tamanho
da importância dela e do nutricionista no atendimento às vítimas de
queimaduras: manter ou melhorar o estado nutricional dos pacientes, garantindo
a oferta adequada de nutrientes, melhorando a resposta imunológica e
cicatricial, buscando redução da morbidade e uma melhor qualidade de vida. No
queimado, isso se torna ainda mais essencial, por serem pacientes com maior
risco nutricional devido ao catabolismo do trauma a que foram submetidos.
Segundo
a RDC nº 63/2000, da Anvisa, o nutricionista é o profissional habilitado e
responsável pela prescrição dietética adequada e balanceada, atendendo às
necessidades e restrições específicas ao caso do paciente, adequando-se ao tipo
e à quantidade dos nutrientes necessários e/ou indicados, ao estado patológico
e às condições digestivas e absortivas do paciente, em todas as formas e vias
da terapia nutricional.
Conforme
descreve a nutricionista especialista e preceptora técnica do Centro de
Tratamento de Queimados do Hospital Geral do Estado da Bahia, Cecília Fraga dos
Santos Lemos, as vias da terapia nutricional podem ser: oral, através de
suplementos nutricionais; enteral, através de cateteres ou sondas quando a via
oral não for segura ou satisfatória; e, também, parenteral ou venosa, quando
não houver a possibilidade de uso do trato digestivo. “Neste último caso, em
especial, a prescrição deverá ser realizada por um médico nutrólogo, com
participação da avaliação e diagnóstico nutricional feito previamente pelo
nutricionista”, complementa.
Na hora
de escolher a terapia, ela diz que é de extrema importância considerar sempre idade;
peso atual e perda de peso recente; presença de comorbidades, alergias e/ou
intolerâncias alimentares; funcionalidade do trato gastrointestinal; extensão,
gravidade e tipo de lesão. “Avaliar qual a via alimentar segura; realizar a
triagem de risco nutricional nas primeiras 24h da admissão hospitalar e
avaliação nutricional com introdução da terapia nutricional precoce nas
primeiras 48h”, complementa.
No que
diz respeito à idade, ela esclarece que apesar dos objetivos da terapia
nutricional serem os mesmos, a avaliação, o monitoramento, as necessidades e
recomendações de nutrientes, a suplementação e as dietas são específicas para
cada faixa etária, sendo necessário o acompanhamento por profissionais
especializados.
Desafios
- Cecília Fraga diz que os desafios no acompanhamento nutricional de pacientes
grandes queimados são inúmeros. Ela cita os três maiores: “Iniciando pela
avaliação nutricional inicial, onde muitas vezes não é possível realizar
medidas simples e precisas de peso e altura devido à gravidade do paciente,
presença de curativos extensos ou mobilidade reduzida. Em seguida, uma das
maiores dificuldades é estabelecer as necessidades calórico-proteicas quando
não dispomos de equipamento de calorimetria indireta, considerado de alto custo
para muitos serviços. E, por fim, posso citar o número de jejuns prolongados
para procedimentos necessários ao tratamento das lesões, que também pode levar
a grande perda nutricional nestes pacientes”, explica.
Dia do
nutricionista - No dia 31 de
agosto comemora-se o dia do nutricionista, pois nessa data foi fundada a Associação Brasileira de
Nutricionistas, no Rio de Janeiro, no ano de 1949. A intenção da criação dessa associação era a de
melhorar e desenvolver estudos acerca da qualidade da alimentação e de todo o
campo da nutrição.