Lyd Comunicação - 08/03/2024
Elas estão nas presidências regionais e em funções na diretoria nacional
Símbolo de força, coragem e resistência. Geralmente é assim que as mulheres são definidas em homenagens, principalmente, no dia 8 de março. E não é para menos. Elas precisam enfrentar jornadas duplas, triplas, encarar preconceitos e, no mercado de trabalho, por muitas vezes, têm de se posicionar mais firmemente para ganhar espaço.
Ocupar cargos de chefia, espaços majoritariamente masculinos, é um desafio que as mulheres, porém, conseguem superar bem, com sua sensibilidade e habilidades tipicamente femininas.
“O Dia da Mulher é importante para que reconheçamos a nossa força e o lugar na sociedade, para que apoiemos aquelas que estão lutando para sair de situações indesejáveis, afirmando, reforçando a nossa dignidade. E nós temos muito trabalho pela frente ainda”, observa a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), a médica Kelly Danielle de Araujo.
Ela compõe um grupo de 11 mulheres que fazem parte da diretoria SBQ, com sete delas sendo presidentes regionais. Nós conversamos com algumas delas para saber os desafios que encararam até chegar aonde estão.
“Inúmeras vezes, preciso superar sempre as expectativas, estar à frente, liderar, mostrar resultados, gerar indicadores, ser formadora de opiniões e estar evoluindo constantemente, enquanto colegas do sexo masculino não precisavam estar mostrando e recebem os mesmos benefícios”. O desabafo é da presidente da regional Sergipe, Wandressa Nascimento Santos.
Formada há 14 anos em enfermagem pela Universidade Tiradentes de Sergipe, Wandressa é concursada do Hospitalar de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse), onde está lotada na unidade de tratamento a queimaduras. “A atuação feminina eleva o serviço, justamente pela dedicação por inteiro, pela sensibilidade à frente de um time, com sabedoria na gestão de conflitos, na gestão de pessoas”, destaca.
Presidindo a regional de Goiás da SBQ, a terapeuta ocupacional Rosa Irlene Serafim tem perfil de liderança. Assumiu o cargo de representante de sala nos tempos da faculdade, foi do centro acadêmico e desde 2006 ocupa espaços na diretoria da Sociedade Brasileira de Queimaduras. “É um ambiente basicamente masculino e a gente, vez ou outra, percebe olhares, questionamentos, mas a gente mostra que pode fazer a diferença”, destaca.
Essa dificuldade a enfermeira Daniela Carreiro de Mello diz ter sentido no início de carreira. Atuando desde 2009 com pacientes queimados, hoje ela é presidente a regional de Minas Gerais da SBQ. “Penso que a mulher tem papel importante nos processos decisórios, enxergando as várias camadas de um problema por conseguir desempenhar múltiplas funções habitualmente. Para dar conta das jornadas dupla ou tripla, a mulher já exerce o pensamento estratégico desde muito cedo”, frisa.
Conforme lembra a médica Cristine Fernandes Dalla Nora, presidente da regional de Pernambuco, as mulheres ainda são minoria nos cenários de liderança. “Mas acho que já foi pior. Creio que a tendência é que essa diferença diminua cada vez mais”, opina.
Ela conta que na época em que fazia residência em cirurgia geral enfrentou muito preconceito por ser um ambiente muito masculino, assim como sendo cirurgiã plástica, na parte estética. “No meu trabalho como médica de centro de tratamento de queimaduras, porém, nunca sofri”, comemora. Ela atua, há 19 anos, no CTQ do Hospital da Restauração, em Recife.
A SBQ ainda conta com o trabalho das presidentes regionais do DF, Ana Katarina Santos; do Rio Grande do Norte, Maria Leonor Paiva; e de São Paulo, Maria Carolina Coutinho. Na diretoria nacional, além da vice-presidente Kelly de Araújo, atuam a enfermeira Raquel Pan como representante internacional, a enfermeira e vice-diretora científica Moelisa Dantas, e a enfermeira Izabela Figueiredo como conselheira fiscal.