- 31/07/2020
O cirurgião plástico viu na SBQ uma oportunidade para buscar mais conhecimento
O interesse pelos pacientes queimados surgiu durante a residência em cirurgia plástica, há 15 anos, mesma época em que o médico Flávio Stillitano sentiu a necessidade de mais informações sobre o atendimento ao paciente queimado e encontrou na Sociedade Brasileira de Queimaduras este aprendizado.
“Na faculdade de medicina e residência médica, de maneira geral, o contato e aprendizado de queimaduras são bastante limitados. A minha identificação para cuidar destes pacientes exigia uma maior capacitação, que busquei por meio dos cursos, eventos e aproximação com outros profissionais mais experientes que a SBQ me ofereceu”, relembra. Desde que se associou, em 2005, já participou de todos os congressos e jornadas organizados pela SBQ, como ouvinte e como palestrante.
Hoje, membro da diretoria da regional de São Paulo, diz sentir orgulho em poder contribuir com a entidade que tanto já ofereceu a ele. “A confiança na SBQ e em seus valores, carregando a bandeira das queimaduras e se solidarizando com suas vítimas, além dos eventos e publicações, tornam nossa comunidade profissional e científica sempre atuante e motivada. Por isso, me mantenho associado há tanto tempo”, destaca.
CARREIRA - Flávio Stillitano tem formação em medicina pela PUC Campinas, desde 2001, com especialização em cirurgia geral e cirurgia plástica pela PUC- São Paulo e mestrado em cirurgia pela Medicina Botucatu. Ele já foi coordenador do Centro de Tratamento de Queimados de Sorocaba, entre 2013 e 2018, e desde o ano passado é secretário da SBQ regional São Paulo.
O amor pelo atendimento a pacientes queimados surgiu ainda na residência. “Vi neles uma carência muito grande de cuidado médico e humano. São pacientes que demandam muita atenção e empatia em seu tratamento. Além da abordagem clínica, há o aspecto psicológico da autoidentificação e autoestima pós-queimadura, intimamente relacionados à cirurgia plástica. Sem dúvida, estes foram e continuam sendo os principais fatores para minha motivação pessoal de atuação nesta área”, relata.
Para ele, trabalhar com queimados é um desafio, que exige grande quantidade de conhecimento. Segundo o médico, ainda há o desafio econômico e administrativo. “O tratamento demanda grandes investimentos financeiros em centros especializados, cuidados intensivos, inúmeros procedimentos cirúrgicos e um grande arsenal de curativos. Em contrapartida, há publicações em nosso meio que descrevem a absoluta prevalência desta entidade na população mais carente”, destaca o cirurgião.
Conforme ressalta o especialista, os recursos são escassos. “Mas é nosso dever apontar a direção de maior efetividade. Quando a interação entre a gestão e a equipe técnica é a ideal, o maior beneficiado é sempre o paciente, que recebe o melhor tratamento possível.
Para ele, isso evidencia a importância de conscientizar a população e os gestores da Saúde com relação à prevenção, já que boa parte dos acidentes podem ser evitados.