YD Comunicação - 11/04/2021
Orientar equipes nas rotinas e na prescrição de antibióticos são as principais funções destes profissionais
Prevenção. Essa é a palavra chave do trabalho dos infectologistas dentro de uma unidade de tratamento de queimados. Sua principal atividade é orientar os profissionais quanto à melhor forma de evitar infecções e, também, acompanhar o tratamento com antibióticos.
Conforme destaca a infectologista do Hospital Geral do Estado, em Salvador, Edilane Voss, o paciente grande queimado está submetido a vários procedimentos invasivos e isso aumenta muito o risco de infecção, inclusive, com grande percentual de óbito.
“A principal importância do infectologista é tentar desenvolver, dentro da unidade, uma cultura de segurança na equipe, intensificar as ações de prevenção, como higiene de mãos, cuidados com procedimentos invasivos, reforço das medidas de precaução, a identificação precoce de paciente com infecção”, detalha Edilane Voss.
A escolha da melhor conduta terapêutica na administração de antibióticos também é papel do infectologista. “A história clínica de internações prévias e também do uso de antibióticos anteriormente é importantíssimo nos CTQs”, destaca o infectologista do Hospital Regional da Asa Norte, em Brasília, Tarquino Erastides.
Ele ainda explica que o paciente queimado, normalmente, passa mais de 10 dias internado e a partir do quinto dia, o risco de adquirir infecção é mais alto. “O infectologista também precisa ter conhecimento das principais bactérias que comumente se encontram dentro da unidade para que a prescrição de antibióticos seja de acordo com o perfil das bactérias”, diz.
Além de orientar a equipe, o contato com os pacientes também é necessário. “Periodicamente, acompanhamos banho, troca de curativos, verificamos a ferida do paciente e buscamos a expertise do profissional para identificar, precocemente, uma infecção”, complementa Tarquino.
HIGIENIZAÇÃO - Uma das principais medidas de prevenção é a higienização das mãos, reforçada com a pandemia de coronavírus. O uso correto de equipamento de proteção individual e a não utilização de adornos, como anéis, pulseiras e relógios, também é orientação constante de infectologistas.
FORMAÇÃO – Não há especialização específica para infectologistas que desejam trabalhar em centros de tratamento de queimados. “Eu, por exemplo, tenho formação em infectologia clínica e controle de infecção hospitalar e epidemiologia. Comecei a trabalhar no CTQ por volta de 2018, para investigar um surto e acabei ficando. O que precisamos ter é conhecimento em microbiologia e ir buscando experiências em outros locais, lendo alguns artigos”, conta Edilane Voss, que se diz encantada com o trabalho dentro da unidade de queimados.
“É um desafio, mas muito gratificante. O empenho da equipe é indescritível. Com todas as dificuldades que a gente enfrenta, o papel de todas as especialidades, cada um fazendo sua parte, participar dessa equipe tem sido muito gratificante, a gente tem muito a aprender”, finaliza.