YD Comunicação - 21/06/2022
O produto deve ser utilizado de forma consciente para evitar acidentes
O álcool 70% passou a ser um item indispensável no combate ao coronavírus. A maioria das pessoas carrega um pequeno frasco com o produto na bolsa, no bolso ou tem uma grande embalagem na despensa de casa. Vale destacar, no entanto, que essa facilidade de acesso ao produto e o fato dele ser altamente inflamável, os acidentes com queimaduras aumentaram no Brasil.
A Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), desde a liberação da RDC nº 350/2020, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), passou a monitorar, ainda mais ativamente, a situação dos 45 centros de tratamento de queimados (CTQs) do país. O resultado: entre março e novembro de 2020, foram 700 internações por queimaduras com álcool. Isso, sem considerar os acidentes de menor grau, que não precisaram de hospitalização.
De acordo com o vice-presidente da SBQ regional Rio de Janeiro, Bruno Bianco de Carvalho, o álcool pode ser utilizado para assepsia das mãos quando não há água e sabão por perto. Ele lembra, ainda, que o produto deve ser usado longe do alcance de crianças, em ambiente seco, afastado do sol e longe do fogo.
“Em relação a pandemia, as pessoas não precisam evitar o uso do álcool. Ele pode ser usado de forma correta, evitando sempre o uso próximo ao fogo. Já tivemos casos de pacientes que utilizaram o álcool 70 nas mãos e depois foram acender um cigarro. É preciso ter consciência sobre o uso do produto. O álcool é um produto inflamável e deve ser utilizado com parcimônia”, destaca o médico.
O profissional ressalta, ainda, que no manuseio do álcool, as pessoas têm tendência a jogá-lo em uma chama ou uma brasa acesa, podendo levar a explosão. Foi o que aconteceu com a digital influencer, Jeniffer Julia de Oliveira, quando queimava lixo em casa e jogou álcool por cima, gerando uma explosão, queimando 48% do corpo - rosto, braço, barriga e cabelo.
“Fiquei 33 dias na UTI, passei por traqueoscopia e fui entubada. Fiz, em média, oito cirurgias plásticas, com enxertos e expansores de pele. Tive que lidar com muita dor física e psicológica. Precisei de tratamentos com fonoaudiólogo, fisioterapeuta, psicólogo e cirurgião plástico”, relatou Jeniffer, que passou três anos em tratamento.
FIM DA RDC - O Ministério da Saúde publicou em abril a Portaria nº 913/2022, em que encerra a Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) devido ao coronavírus. A norma entrou em vigor em 22 de maio, o que fez com que a RDC nº 350/2020, da Anvisa, que flexibilizou a comercialização do álcool 70% e outros produtos sanitizantes, perdesse sua validada.