YD Comunicação - 27/10/2022
A profissão surgiu nos Estados Unidos em 1906 e no Brasil em 1950. Os terapeutas são essenciais no tratamento do paciente com queimaduras
A data de 27 de outubro é celebrada no mundo todo como o dia do terapeuta ocupacional. A profissão surgiu nos Estados Unidos, em 1906, e chegou ao Brasil em 1950. A missão desse profissional é a de promover a saúde e o bem-estar de pessoas com problemas físicos, sociais, emocionais, sensoriais e motores. Ou seja, é um importante especialista, também, no tratamento de pessoas que sofreram queimaduras.
Rosa Irlene Maria Serafim é terapeuta ocupacional e membro da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) e explica que o atendimento desse especialista é muito importante no início do tratamento do paciente queimado, pois é necessário atuar no desempenho ocupacional, buscando devolver o paciente à sociedade como cidadão pleno, executando suas atividades diárias com o melhor desempenho. “Temos que ser dedicados, gostar do que está fazendo. Ele precisa ter o conhecimento do paciente como um todo para reabilitá-lo melhor”, comenta Rosa.
Daniel Moraes teve 65% do seu corpo queimado, em 2017, após sofrer um acidente om a explosão de um gás de cozinha, no Maranhão. Ele diz que não teria conseguido retomar sua rotina se não fosse pelo acompanhamento que teve com a terapeuta ocupacional. “Fiquei cinco meses internado no Maranhão sem receber o tratamento adequado, pois lá não tem centro de tratamento de queimados (CTQ). Depois, fui para um hospital em Goiânia, que ainda não era especializado, mas onde comecei a ter um acompanhamento melhor de fisioterapeuta e terapeuta ocupacional. Mas só depois de mais três meses cheguei ao pronto socorro para queimaduras, onde comecei a ter um acompanhamento específico”, lembra.
Devido ao tempo que ficou internado, Daniel perdeu todos os movimentos de pés, mãos, braços e pernas. “Tive que reaprender tudo. O tratamento com a dra. Rosa ajudou a recuperar, principalmente, os movimentos das mãos e a voltar a andar. Fiquei mais de um ano fazendo o tratamento até recuperar quase 100% e poder retomar a vida normal. O tratamento com ela foi essencial para minha reinserção na sociedade. Então, considero de extrema importância o acompanhamento de terapeutas ocupacionais para a recuperação completa dos sobreviventes e até para a autoestima”, ressalta Daniel.
Emílio Braga trabalhava em uma usina de álcool e açúcar desde 2012, no Mato Grosso, até sofrer o acidente, em 2020. Ele estava fazendo um serviço na parte de destilação do álcool e o fogo que estava sendo feito em um setor próximo chegou aonde ele estava e ocasionou uma explosão, atingindo-o e mais duas pessoa.
“Tive 40% do meu corpo queimado e desde esse dia vivo num turbilhão. Fui transferido para Cuiabá, depois para uma UTI aérea. Fiquei 27 dias internado, fiz enxertos nos braços e todos os dias que cheguei ao quarto eu tive acompanhamento com terapeutas e fisioterapeutas. É um processo muito doloroso, mas que ajuda muito, faz muita diferença”, conta.
Emílio continua fazendo tratamento e, inclusive, quando retornou para Anápolis, em Goiás, sua cidade natal, sua mãe fez uma festa em comemoração à sua vida e para arrecadar fundos para comprar produtos necessários ao tratamento de queimaduras e doá-los. “Arrecadamos um bom valor e buscamos pessoas e instituições para fazer a doação. Foi aí que conheci a dra. Rosa, ela pediu para ver meus braços e disse que iria me ajudar e desde então eu recebo um tratamento diferenciado e me passou tratamentos que sinto que fazem muita diferença. O profissional do terapeuta ocupacional é importante demais e são complementares ao fisioterapeuta e com esse acompanhamento estou me fortalecendo para voltar à ativa totalmente. Estou muito confiante”, ressalta Emílio.
As consequências deixadas pela queimadura, geralmente, são sequelas físicas e psíquicas. Por isso, o acompanhamento é muito importante, auxiliando na prevenção de deformidades, manutenção da mobilidade articular e restituição da função, visando reestabelece a sua ocupação do dia a dia, com muita dedicação e carinho por esses pacientes.