YD Comunicação - 15/10/2021
Principalmente no tratamento de queimaduras, a prática previne infecções e garante a segurança de profissionais e pacientes
A lavagem das mãos virou um hábito da população mundial com a pandemia da covid-19. Dentro do ambiente hospitalar, é uma medida importante para pacientes e para os profissionais da saúde, pois evita a contaminação cruzada de microrganismos. A higiene das mãos é a 5ª Meta Internacional de Qualidade e Segurança do Paciente, prática fundamental no combate às infecções relacionadas à assistência a saúde (IRAS).
Porém, estudos mostram que a taxa de adesão à técnica adequada de higienização das mãos ainda é baixa entre a equipe multiprofissional e estratégias como campanhas são extremamente importantes. Principalmente quando se trata do tratamento de queimaduras, onde o cuidado deve ser redobrado, devido à fisiopatologia da queimadura, em que o paciente perde uma barreira do sistema imune e isso acaba fazendo com que as infecções sejam uma importante complicação.
De acordo com a enfermeira Danielle Mendonça, a higienização recomendada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), considera a retirada de adornos, o uso de água e sabão ou álcool 70%. “Deve ser realizada em cinco momentos principais: antes e após o contato com o paciente, antes da realização de procedimento asséptico, após o risco de exposição a fluidos corporais e após tocar em superfícies próximas ao paciente. O uso de luva não substitui a lavagem das mãos”, explica a enfermeira.
TREINANDO
MULTIPLICADORES – A lavagem das mãos é um desafio mundial nos hospitais e parece algo rotineiro do dia a dia, mas é uma prática que ainda precisa ser ensinada e implementada. A médica infectologista do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, idealizou um curso para a equipe multidisciplinar do Centro de Tratamento de Queimados do HGE. |
“A ideia foi que as pessoas pudessem entender a fundo o porquê da lavagem das mãos, quando fazer corretamente, como fazer e pudessem funcionar como multiplicadores junto aos colegas dentro do próprio CTQ. O treinamento durou 8 horas e teve aulas teóricas, expositivas e dinâmica. Cerca de 46 profissionais participaram”, conta a idealizadora do curso.
Segundo a infectologista, após o treinamento foi observada uma melhora na higienização das mãos e no uso de adornos dentro do CTQ. O treinamento parou por causa da covid-19, mas o plano é que volte. O projeto prevê treinamento contínuo. Para Edilane Voss, quem trabalha com SCIH está sempre em busca de novidades para ter um melhor resultado junto a equipe.
BOAS PRÁTICAS – A Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), em Brasília, recebeu, este mês, um certificado de reconhecimento do Núcleo de qualidade e segurança do paciente do hospital. Anualmente, a instituição realiza o reconhecimento das unidades que se destacaram na implantação das metas da segurança do paciente, entre elas a higienização das mãos. |
O Hran possui o Protocolo de hiigiene das mãos e a implementação é feita pelo Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente e Núcleo de Controle de Infecção em parceria com as unidades assistências.
“No Hran, procuramos atender todas estas diretrizes, treinando e capacitando as equipes, informando e dando retornos quanto aos seus indicadores, envolvendo os líderes e gestão. Ainda sabemos que temos muitas conquistas pela frente na busca da mudança contínua de comportamentos e atitudes no alcance da segurança dos nossos pacientes. Estes desafios são diários e exigem esforço de todos na busca da melhoria desta cultura de segurança”, conclui a chefe do Núcleo de qualidade e segurança do paciente do Hran, Janine Araújo Montefusco Vale.