YD Comunicação - 08/12/2022
Interessados em atuar na área podem buscar especialização na área de motricidade orofacial ou fonoaudiologia hospitalar
Vítimas de queimaduras de face, pescoço, tronco e membros superiores podem apresentar dificuldades em tarefas simples, como falar e mastigar. Para contribuir na reabilitação desses pacientes, entra em ação o fonoaudiólogo.
Em homenagem ao Dia do Fonoaudiólogo, lembrado em todo 9 de dezembro, entrevistamos Maria Barrem, fonoaudióloga membro do Comitê de Reabilitação da Sociedade Brasileira de Queimaduras.
1. Qual o papel da fonoaudiolodia no comitê?
O Comitê de Reabilitação é composto por representantes da Fonoaudiologia e da Terapia Ocupacional, encontra-se em fase de consolidação. A presença de fonoaudiólogos dentro do Comitê de Reabilitação possibilita o desenvolvimento de diretrizes e normativas acerca da atuação fonoaudiológica ao cuidado ao paciente queimado em toda a linha de cuidado, baseando-se em estudos científicos publicados na área e expertise de profissionais envolvidos.
2. O que este profissional pode fazer dentro da equipe de atendimento ao queimado?
O foco da intervenção irá mudar de acordo com as demandas apresentadas pelo paciente. A atuação pode estar voltada em três grandes áreas da fonoaudiologia: disfagia (dificuldade de alimentação), motricidade orofacial ou voz. A proposta do atendimento fonoaudiológico é mitigar as sequelas que a lesão por queimadura pode provocar no paciente, contribuindo para a reabilitação e impactando na qualidade de vida do paciente.
3. A atuação é mais na emergência ou ambulatorial?
A atuação do fonoaudiólogo ocorre desde a fase aguda até a fase de reabilitação, ou seja, da internação, seja na enfermaria ou unidade de terapia intensiva, até o nível ambulatorial. Ressaltando que a atuação irá se modificar de acordo com as demandas e queixas fonoaudiológicas que o paciente apresenta.
4. Tem especialização para quem deseja atuar com queimados?
Há alguns cursos que contemplam a intervenção fonoaudiológica no paciente queimado, geralmente como um módulo da disciplina, mas infelizmente nem todos possuem a prática clínica. Até 2019 a USP São Paulo oferecia o curso de aprimoramento de Funções da Face que contemplava essa área, mas não sei informar se ele ainda é oferecido. De qualquer forma, o profissional que tem interesse em atuar com queimaduras deve procurar cursos de pós graduação ou especialização dentro da área de motricidade orofacial ou fonoaudiologia hospitalar, estes cursos podem oferecer a base para formação do profissional.