YD Comunicação - 10/02/2023
A presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) da regional de São Paulo (SP), Maria Carolina Sampaio Coutinho, ocupa o terceiro mandato à frente do Estado. A cirurgiã plástica acredita que mais campanhas de prevenção devem ser elaboradas para conscientizar a população sobre queimaduras.
Em entrevista à SBQ, a médica fala sobre os problemas com queimaduras enfrentados em SP e o que pretende realizar nos próximos dois anos de mandato.
- Como iniciou o atendimento a pacientes queimados?
Quando estava no quarto ano da faculdade de medicina, tive meu primeiro contato com queimados num congresso e achei apaixonante. No ano seguinte consegui um estágio, por duas semanas, na Unidade de Tratamento de Queimados de Limeira. Foi, então, que percebi que queria trabalhar com isso durante minha vida. Por isso, decidi fazer cirurgia plástica.
E no meu último ano de residência, o chefe de Limeira me convidou para integrar o corpo clínico de plantonistas, em 2008.
- É a primeira vez que faz parte da diretoria da SBQ? O que o motivou a entrar?
Não, já participei muitas vezes, sendo meu terceiro mandato como presidente. Acho importante que profissionais que cuidam de queimados participem da parte política para poder ajudar em campanhas de prevenção, conscientização, bem como lutar para melhores políticas públicas para os pacientes.
- O que pretende fazer pelo seu estado enquanto presidente da SBQ regional?
Organizar as contas da regional para podermos aplicar o dinheiro de forma útil para a sociedade. Além disso, focar em mais campanhas de prevenção de acidentes com fogo, pois ainda são as principais causas de queimaduras.
- Quais são os maiores desafios na região no atendimento a queimados?
Faltam vagas especializadas para o tratamento de queimados agudos (mesmo sendo o Estado com maior número de unidades especializadas) e, principalmente, para o tratamento de sequelas.
Esse tratamento é longo e pode durar anos, sendo necessária uma equipe completa de profissionais como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, o que é praticamente impossível de conseguir em nível ambulatorial.
- Como conscientizar a população?
Acredito que a educação para o cuidado no acendimento de churrasqueiras, réchaud e tachos é um grande caminho para conseguirmos reduzir o número de acidentes. As pessoas ainda utilizam combustíveis para esse acendimento, apesar do risco.