- 18/09/2020
O presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) regional do Distrito Federal (DF), Fernando Pontes Andrade, é o entrevistado da coluna quinzenal Fala, Presidente!. O cirurgião plástico conta como começou a atuar com pacientes queimados e os desafios que a capital federal enfrenta no tratamento das queimaduras.
Segundo Fernando, o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), referência no tratamento de queimaduras no Distrito Federal, necessita de uma reforma. O médico destaca, ainda, que Brasília já tem condições de ter um banco de pele.
Há quanto tempo trabalha com pacientes queimados?
Há cerca de 13 anos.
Como foi direcionado para a área?
Especializei-me em cirurgia plástica e o tratamento das queimaduras faz parte da residência médica. Após sair da residência, fui aprovado no concurso da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF), para a Unidade de Queimados do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), onde estou lotado desde 2010.
Aonde mais atua?
Também faço parte do corpo clínico, como cirurgião plástico, do Hospital Alvorada Brasília e da Rede Ímpar, que engloba os Hospitais Brasília e Águas Claras e a Maternidade Brasília.
Quais as conquistas da SBQ/DF?
Em parceria com a SES/DF, realizamos dois mutirões de cirurgia reparadora para sequelados de queimaduras, fizemos dois ciclos de palestras multiprofissionais sobre queimaduras e duas campanhas preventivas em conjunto com a atenção básica e escolas públicas do DF.
Quais desafios o DF enfrenta na área de queimaduras?
Primeiramente, a conscientização da população sobre os perigos das queimaduras. A esmagadora maioria das queimaduras ocorre por acidentes evitáveis, principalmente em crianças, e atinge as classes sociais mais desfavorecidas. Isso depende, fundamentalmente, de campanhas de prevenção do governo local e da sociedade civil organizada.
Em segundo lugar, a Unidade de Queimados/Hran encontra-se sucateada e precisa ser reformada, pois é a única referência pública para o tratamento de queimaduras no DF e região, sendo reconhecida pela comunidade como um serviço de excelência. Por fim, a criação de um banco de pele local, tendo em vista que a SES/DF já tem praticamente toda infraestrutura.