YD Comunicação - 10/06/2022
Os momentos de lazer são revigorantes. Seja no frio ou no calor, há sempre uma boa programação para fazer com a família e amigos. Porém, em determinadas situações, é preciso cuidado para esse momento de prazer não virar tristeza em razão de acidentes como, por exemplo, o que aconteceu com a terapeuta ocupacional Marise Garcia Ferreira Lima.
Durante o almoço em um restaurante, ela acabou tendo 30% do corpo queimado devido a uma explosão enquanto o garçom acendia o réchaud com álcool. Ela acabou morrendo 15 dias após o acidente.
Segundo o cirurgião plástico e presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras regional Goiás, Ricardo Piccolo Daher, os cuidados na cozinha e nas mesas dos restaurantes devem ser constantes, sempre atentando para a possibilidade do acidente.
“A atenção aos riscos é a principal arma na prevenção. Na cozinha, o cuidado maior é com óleo e líquidos quentes, além das superfícies quentes e chamas. Nas mesas, os garçons devem sempre relembrar os consumidores sobre a temperatura do alimento e tomar maior cuidado ao servir alimentos aquecidos ativamente”, frisa o médico.
Churrasco – O fim de semana de churrasco ou ao redor da lareira também merecem atenção. “Os acidentes que mais vemos é quando a pessoa vai colocar álcool para aumentar o fogo e ainda tem álcool ali. Aí acontece a explosão. Se acontece em lugares fechados e há inalação, provoca uma queimadura de via aérea e de grande porte”, conta o presidente da SBQ regional Santa Catarina, Eduardo Chem. O mesmo acontece com as fogueiras. Neste
período de festa junina, tentar acender as fogueiras com álcool combustível ou
reacender quando tem resíduos de chamas pode causar explosões. |
“Uma festa que combina bebida alcoólica, fogueira, fogos e crianças tende a trazer muitos problemas relativos a queimaduras. Acidentes comuns são também na tão tradicional brincadeira de pular a fogueira. Existem, hoje, acendedores de fogueira, que muitas vezes acompanham as mesmas e minimizam o risco de acidentes” conta o presidente da SBQ regional de Sergipe, Bruno Barreto Cintra.
A atenção deve ser redobrada quando tem crianças por perto. Elas não devem ficar perto de fogos de artifício já que as queimaduras causadas pelo produto são explosivas e geralmente mutilantes, podendo causar amputações ou deformidade dos membros superiores e face, que são os mais atingidos. Outro problema grave são as lesões de córnea, podendo levar até mesmo à cegueira.
“Ao soltar fogos de artifício, deve-se se certificar de que são de fontes confiáveis; soltar sempre a distância de 30 a 40 metros; ter sempre um balde de água por perto, caso falhe, ao invés de insistir na detonação, jogar dentro do balde para inativar o fogo”, alerta o presidente da SBQ regional Rio Grande do Norte, Mário Serrano.
Choque elétrico – Ao soltar pipas as crianças devem ser orientadas a evitar a proximidade aos fios da rede elétrica. “Já tivemos casos de crianças que tentaram tirar a pipa com um vergalhão. O ferro transmite a corrente, geralmente de alta tensão. Se a pipa cair, tentar evitar pegar de volta, pelo risco aumentado de queimaduras elétricas”, conta o vice-presidente da SBQ regional do Rio de Janeiro, Bruno Bianco de Carvalho.
Sol – Outro ponto importante é a queimadura solar. Durante uma tarde na piscina, a estudante Leticia Cintra se descuidou do uso do protetor e ficou exposta mais tempo aos raios solares. Resultado: teve bolhas e muita ardência na pele por dias.
O vice-presidente da SBQ regional do Rio de Janeiro diz que uma tarde excessiva de exposição ao sol e sem protetor solar pode gerar queimaduras de 1º grau e, dependendo do fototipo de pele, até de 2º grau superficial.
Bruno conta que é possível se bronzear de forma adequada. “Use um protetor solar com fator de proteção mais baixo, em um horário que o sol não esteja tão forte, geralmente até às 10h ou depois das 15h”, conclui.