- 27/08/2020
Profissional acompanha paciente queimado em todos os processos do tratamento
Hoje, 27 de agosto, é o Dia do Psicólogo. A Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) parabeniza os profissionais essenciais no tratamento deste tão complexo acidente que pode deixar sequelas, físicas e emocionais, durante toda a vida. O psicólogo é um dos integrantes da equipe multidisciplinar que atua nos Centros de Tratamento de Queimados (CTQs) e parte importante no acompanhamento dos pacientes da internação até a reabilitação.
Desde o início, o psicólogo assume o papel de acolhimento do paciente queimado e dos familiares. “O tratamento para queimados é doloroso. Para o paciente conseguir atravessar esse momento, ele tem que fazer um esforço grande de enfrentamento da dor. Vamos dando este suporte para fazer o tratamento da melhor forma possível. Aos familiares também, porque é difícil ver o sofrimento do seu parente”, conta Maria Odete Menezes psicóloga do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal.
O profissional é fundamental em todos as etapas de tratamento dos pacientes e em todas as faixas etárias, da criança ao idoso. Na fase da hospitalização, há o suporte psicológico para enfrentamento do tratamento e da dor, pois o paciente pode ter que passar por várias cirurgias de enxertos ou até mesmo sofrer a amputação de um membro. “A queimadura e o tratamento geram grande sofrimento para a pessoa, só o queimado sabe da sua dor, é muito difícil para o profissional avaliar. Temos uma noção, mas só o paciente sabe o que está sentindo”, destaca a psicóloga.
Quando o paciente sai do CTQ, o suporte psicológico na fase de reabilitação é importante para a reinserção social. Provavelmente terá cicatrizes ou sequelas e vai lidar com sua nova imagem corporal e ser exposto aos olhares da sociedade. “A questão das cicatrizes é um processo denso, intenso e profundo. Na verdade, as marcas não são só corporais, são relatos de situações do histórico de vida do paciente. É necessário que trabalhe desde o primeiro instante. Ele vai ter que lidar com as cicatrizes quer reais, imaginárias ou simbólicas”, ressalta a psicóloga hospitalar Sandra Almeida, coordenadora da equipe multiprofissional da Santa Casa de Campinas e do setor de psicologia.
“Não se trata queimaduras, se trata o sujeito com queimaduras e, nesse aspecto, a saúde mental, a psicologia, tem muito a contribuir, além de toda a equipe multiprofissional”, ressalta a psicóloga Sandra Almeida.
Encaminhamento psicólogo - Toda a equipe multiprofissional tem a autonomia de encaminhar o paciente para o psicólogo. São vários os sintomas que podem indicar que ele precisa deste tipo de atendimento, tais como: estar assustado, angustiado, com medo de morrer ou se sentindo culpabilizado. “Todo ser humano em uma condição de limite precisa ser avaliado, ouvido, conduzido, tratado. A família também pode identificar e pedir o tratamento, o que acontece com frequência”, relata Sandra Almeida.