- 27/07/2020
Profissionais acreditam que campanhas educativas são eficazes para proteger as crianças de acidentes domésticos
Hoje, 27 de julho, é comemorado o Dia do Pediatra. A Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) parabeniza este importante profissional, integrante da equipe multidisciplinar que atua nos Centros de Tratamento de Queimados (CTQs). Responsável pelo cuidado com crianças, é o pediatra quem cuida de todo o manejo clínico dos pequenos.
A dinâmica do atendimento da criança é similar ao do adulto. “Há particularidades quanto às doses, mecanismos do trauma etc. Como diz a máxima em pediatria: criança não é um adulto pequeno”, ressalta o diretor e chefe do Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Infantil de Florianópolis, Rodrigo Feijó.
O atendimento começa na emergência com a identificação da extensão, a profundidade da queimadura, o exame físico e o conhecimento por parte do profissional de como ocorreu o acidente. O profissional também cuida das prescrições de medicamentos e escolha de curativos adequados para o ferimento. É o pediatra também quem solicita avaliação da equipe cirúrgica para possibilidade de enxertos nos casos de queimaduras de espessura total.
“Nas UTQs (Unidade de Tratamento de Queimaduras), o trabalho é multidisciplinar e interdisciplinar, portanto, o pediatra não somente realiza o tratamento técnico em relação ao paciente mas, juntamente com os outros profissionais da unidade (fonoaudiólogo, assistente social, nutricionista, psicólogo e professor), tentam proporcionar o melhor tratamento possível para o paciente”, destaca Simone Sampaio Suassuna, pediatra do CTQ do Hospital Regional da Asa Norte (Hran).
Prevenção - Segundo levantamento da SBQ, os dados de queimaduras em crianças de 0 a 12 anos de idade são alarmantes: dos 70% dos acidentes domésticos com queimaduras, 40% acometem as crianças. Os acidentes podem não somente levar ao óbito, mas causarem um grande comprometimento de qualidade de vida e produtividade da criança.
As queimaduras com líquido quente são as mais comuns em crianças de até 5 anos. Nas maiores de 6 anos de idade, os acidentes mais comuns são por chama direta, utilizando um líquido inflamável, como por exemplo, o álcool.
“O mais importante na educação sobre queimaduras é insistir nas campanhas de prevenção, visto que é um trauma evitável com os devidos cuidados e orientações dos pais”, destaca Rodrigo Feijó.
Outras medidas - A pediatra Simone Suassuna ressalta que a segurança das crianças deve ser incorporada na rotina pediátrica, no ambulatório, nas emergências e nas comunidades. “Esta orientação deve ser individual, coletiva e repetitiva, do mesmo modo que ocorre em relação à alimentação e imunização desde o nascimento até a adolescência”.
Simone lembra, ainda, que o ideal seria implementar nas escolas uma disciplina de como se evitar acidentes desde a fase pré-escolar até o ensino médio. “Os professores, juntamente com os pediatras, devem reforçar, continuamente, como se prevenir acidentes, inclusive queimaduras”.