YD Comunicação - 13/07/2022
Na volta para casa, os responsáveis percebem as mudanças e os benefícios que os quatro dias de acampamento fazem na vida dos filhos
Em quatro dias de acampamento, crianças puderam resgatar a autoconfiança e a autoestima em brincadeiras lúdicas e pelo contato com outras crianças que também possuem marcas de queimaduras. O Camp Samba ganhou uma edição no final de junho, em São Paulo, após dois anos parado devido à pandemia. Na volta para casa, os meninos e meninas voltaram radiantes.
“João Victor ficou até sem boné no acampamento, coisa que ele não faz porque tem vergonha. A autoestima dele melhorou muito, porque ele teve contato com crianças e adolescentes com queimaduras”, conta a mãe de João Victor Cerqueira, Juliana Cerqueira, sobre a experiência do filho que participou pela primeira vez.
João se queimou quando tinha 2 anos, em um incêndio em casa, iniciado por uma vela acesa em cima da televisão. Duas irmãs dele faleceram no acidente. João Victor perdeu parte da calota craniana e a mão direita. A oportunidade de vivenciar momentos de descontração no Camp Samba ficaram na memória do menino de 7 anos. “Gostei muito da exposição dos cachorros e de cantar no palco”, conta.
A identificação também foi percebida pela mãe do campista Gustavo Costa, de 9 anos. “Ele voltou com a autoestima lá nas alturas, por ver que existem outras crianças iguais a ele. Fala de cada detalhe desse acampamento. Amou ir”, diz a mãe Leandra Costa.
Para Gustavo, fica difícil destacar somente uma atividade preferida. “Gostei de todas as atividades, da comida, do lago que a gente ficava e dos monitores”, conta o menino que teve 43% do corpo queimado em um acidente com a churrasqueira.
O campista João Pedro Souza, 15 anos, já está ansioso por uma nova edição do Camp Samba para rever os amigos. Ele sofreu queimaduras ao brincar em uma carvoaria perto de casa. Sua mãe, Mirian Maria, conta que ele voltou mais alegre e com muitas novidades para contar. Entre
os aprendizados nesses quatro dias, João Pedro destaca “o trabalho em equipe, a
comunicação e outras coisas como tocar alguns instrumentos novos”. O zincolor –
evento com pó colorido - e o teatro estão entre as atividades que mais gostou. |
Nesta edição, participaram crianças que foram vítimas do atentado na creche Centro Municipal de Educação Infantil Gente Inocente, em Janaúba, no Norte de Minas Gerais, em 2017. Um vigia do local ateou álcool em crianças e nele mesmo e, em seguida, colocou fogo. O atentado matou oito crianças, uma professora e deixou muitas crianças feridas por queimaduras.
Maísa Gabriely de Jesus, 8 anos, foi uma dessas crianças. Por meio de um convite, ela participou pela primeira vez do Camp Samba e, como conta sua mãe Wilsa Maria de Jesus, voltou feliz por participar e percebeu que a filha começou a ter mais interesse na escola, mais curiosidade e vontade de aprender cada vez mais. Maísa conta que gostou de todas as atividades e fez muitos amigos no acampamento.
Para a terapeuta ocupacional e diretora responsável pelo credenciamento das crianças e dos voluntários no projeto, Rosa Irlene, esta edição foi como se fosse a primeira. “Na finalização, todas as respostas e depoimentos são muito incentivadores, os relatórios dos voluntários e todos as crianças fazem com que a gente chegue à conclusão que o camping tem que se intensificar e expandir cada vez mais”.
Segundo o presidente do Camp Samba, Luiz Philipe Molina, foi um momento muito especial. "O projeto está cada vez mais sólido. A eficiência na recuperação da autoestima cada vez maior". E adianta, em novembro, Recife deve receber uma nova edição. Fique atento às redes sociais da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) e do Camp Samba para se manter informado.
Serviço:
O evento é totalmente gratuito para as crianças. Para doar e ajudar a manter viva a causa:
Banco: SICOOB
Cooperativa 5004
C/C: 103.848-6
CNPJ: 00.683.645/0001-76
Para mais informações: www.campsamba.com.br