YD Comunicação - 13/05/2022
A pele íntegra é a primeira e principal barreira contra a invasão bacteriana, mas em pacientes queimados ela está destruída
O dia 15 de maio, em todo o país, é data para se lembrar da importância do controle das infecções dentro de ambientes hospitalares. Quando se trata de um local de internação de pacientes queimados, o cuidado deve ser redobrado.
Conforme está descrito no artigo Ações da enfermagem para reduzir os riscos de infecção em grande queimado no CTI, de autoria de Sheyla Cristina dos Santos Chaves, publicado na Revista Brasileira de Queimaduras, a infecção é uma das mais frequentes e graves complicações no paciente queimado. Segundo o texto, a pele íntegra é a primeira e principal barreira contra a invasão bacteriana, mas em pacientes queimados ela está destruída.
O artigo elenca que a imunossupressão decorrente da lesão térmica, a internação prolongada, o uso de cateteres e tubos, os procedimentos invasivos, tudo leva ao comprometimento das defesas naturais do hospedeiro e favorece a ocorrência de infecção. A infecção da superfície queimada pode provocar o aprofundamento das lesões, o que causa o declínio do prognóstico desse paciente.
E os cuidados para diminuir os riscos de infecção envolvem não somente os profissionais de saúde, mas também o próprio paciente, os visitantes, bem com as instalações hospitalares e os equipamentos.
“Além de cuidados gerais, dos quais podemos mencionar a higienização das mãos de forma frequente, conforme preconizado pela Organização Mundial de Saúde, deve-se prestar atenção, também, na organização em relação ao espaço ao qual o paciente está internado, prestar atenção com cuidados com desinfecção do local e de equipamentos. E, sempre que possível, fazer esse atendimento da pessoa que sofreu queimaduras em local isolado”, observa a enfermeira membro do Comitê de Enfermagem da SBQ, Maria Elena Echevarria Guanilo.
Ele destaca que é preciso ter cuidado especial com possíveis infecções específicas, como do trato respiratório, do trato urinário e por meio dos dispositivos invasivos, como cateter. “Também precisa tomar cuidado com as infecções próprias da queimadura. requer atenção na limpeza das feridas, para o uso de soluções antissépticas”, diz a enfermeira.
Maria Elena também frisa a importância dos profissionais que tratam vítimas de queimaduras terem conhecimento suficiente para identificar sinais de infecção nesse paciente. “Precisa saber identificar os sinais da síndrome de resposta inflamatória sistêmica assim como de disfunção orgânica. Para tanto, é importante que essa equipe possa manter uma forma de comunicação, treinamento, de atualização de conhecimento de forma que possa fazer esse reconhecimento de sintomas para prevenir complicações”, comenta.
Para ela, manter a equipe atualizada sobre os procedimentos necessários para evitar as infecções hospitalares é de extrema importância, principalmente, em ambientes onde se tratam vítimas de queimaduras. E lembra que na Biblioteca Online da Sociedade Brasileira de Queimaduras há vasto material a respeito.
A Portaria MS/GM nº 2.616/1.998 estabelece as diretrizes e normas para o controle de infecção hospitalar no país e as competências dos diferentes níveis de governo e dos serviços de saúde.