YD Comunicação - 04/12/2020
A Sociedade Brasileira de Queimaduras elegeu, em 28 de novembro de 2020, a diretoria que irá coordenar os trabalhos pelo biênio 2021/2022. Muitos dos membros já faziam parte, como o reeleito presidente José Adorno. Outros entram agora para somar forças na prevenção e qualificação no atendimento a queimados por todo o Brasil.
Conheça cada um dos que vão compor a nova diretoria. E na coluna “Fala, presidente”, confira uma entrevista com José Adorno, apresentando as propostas para o futuro da SBQ.
Marcus Vinícius Barroso – Vice-presidente Pela primeira vez na diretoria da SBQ, o cirurgião plástico Marcus Barroso aceitou o desafio de compor a chapa, como vice-presidente, movido pela vontade de ajudar e dar continuidade ao trabalho da atual gestão, considerado por ele excelente. “Assim como recolocar nosso estado no cenário nacional, procurando aprimoramento contínuo e intercâmbio de informações e experiências com outros serviços”, complementa ele, que é coordenador do serviço de cirurgia plástica e centro de tratamento de queimados do Hospital Geral do Estado, em salvador (BA) e supervisor da residência de atendimento ao queimado, criada este ano, no mesmo hospital. |
Entre as propostas para o mandato estão a formação de profissionais capacitados através da nova residência e de políticas de difusão do conhecimento, assim como campanhas educativas com a população como meio de prevenção.
Para ele, algumas das maiores dificuldades na área são a falta de profissionais capacitados no seu tratamento, falta de interesse das autoridades em políticas mais efetivas no combate aos acidentes e a falta de uma rede de atenção nacional integrando os diversos centros de tratamento de queimados.
Bruno José da Costa Alcântara – 1º secretário O cirurgião plástico Bruno Alcântara já tem experiência na diretoria da SBQ. Até este ano, ele estava a frente da regional do Rio Grande do Sul. Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, atualmente trabalha em Veranópolis e Bento Gonçalves e faz algumas cirurgias em Porto Alegre. |
Ele conta que a grande motivação para participar da diretoria é poder fazer parte da força de mudanças e conquistas representada pela pessoa de José Adorno. “Reconheço o grande desafio que é a integração e uniformização do atendimento de vítimas de queimaduras em todos os níveis, desde o posto de saúde até o hospital de referência com seu CTQ e sei que essa equipe pode em muito contribuir para a melhoria desse quadro”, frisa.
A principal proposta dele é poder ajudar, de todas as formas possíveis, “com meu tempo, conhecimento e energia, a evolução de nossa sociedade do ponto de vista científico e ajudar a melhorar o tratamento oferecido às vítimas de queimaduras”, diz.
Bruno conta que, embora a cidade dele, que é pequena, tenha à disposição infraestrutura invejável para atendimento de pacientes queimados, ele vivencia no dia a dia a dificuldade de integração desse atendimento e o grande desconhecimento por parte da maioria dos profissionais de saúde no manuseio desses pacientes em todas as etapas.
“Do atendimento inicial às equipes de reabilitação, observo que além de não haver uma única língua sendo falada, há por vezes total desconhecimento das possibilidades de tratamento e como direcionar os pacientes. O estabelecimento desse fluxo e mecanismos de suporte para os profissionais envolvidos representam um grande desafio para todos nós da SBQ”, finaliza.
Danielle de Mendonça – 2ª secretária Membro da SBQ desde 2014, Danielle de Mendonça já esteve na diretoria da regional do Rio de Janeiro, cidade onde é professora adjunta do Departamento de Enfermagem médico-cirúrgico da Faculdade de Enfermagem da UERJ. Ela conta que participar da diretoria da SBQ é uma oportunidade de contribuir, em alguma medida, para o cuidado qualificado e seguro ao paciente queimado a partir da produção de conhecimento na área de queimaduras. “Acredito que a gestão atual está bem alinhada no que se refere à continuidade dos avanços que a SBQ |
tem conquistado ao longo dos anos. Compartilho a proposta de uma SBQ plural, com integração multiprofissional, que seja referência para profissionais e pacientes, que produza ações de impacto, a partir de evidências científicas, em todos os níveis de complexidade do cuidado ao seguro e qualificado ao paciente queimado.
Ela ressalta que, na visão dela como enfermeira, o grande desafio da sociedade está na luta para construção de políticas públicas relacionadas à linha de cuidados ao queimado integrada em todos os níveis de complexidade.
Mário Frattini – 1º Tesoureiro Assim como José Adorno, o médico Mário Frattini foi reeleito ao cargo anterior, de tesoureiro. Ele diz que pretende continuar fazendo o trabalho já realizado na gestão 2019/2020. “A SBQ é uma entidade importantíssima para padronizar o atendimento a queimados, melhorando isso nacionalmente”, ressalta. Atualmente, Frattini é voluntário no atendimento a queimados do Hospital Regional da Asa Norte, em Brasília, e professore no curso de medicina de uma faculdade particular. “Hoje, um dos maiores desafios é encontrar equipe capacitada. Também sofremos com a falta de conscientização das autoridades competentes no sentido de trabalhar a prevenção a queimaduras junto à população”, frisa. |
Helena Caetano - 2ª tesoureira Helena Caetano é fisioterapeuta em São Paulo e ocupará o cargo de 2ª tesoureira da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) para o biênio de 2011/2022. Helena já foi secretária e tesoureira da regional de São Paulo e é associada desde 2016. “Tenho paixão por tratar pacientes queimados. Resolvi participar da diretoria, pois tenho capacidade de desenvolver trabalhos que contribuem para a melhoria do tratamento destas pessoas, assim como a atualização da equipe multiprofissional”, afirma. Para a especialista, o desafio desta gestão é descentralizar a disseminação do conhecimento, promover integração entre os membros, acolher novos associados, desenvolver protocolos de acordo com as recomendações mundiais: um |
mundo, um protocolo de tratamentos para queimados. “Temos muitos desafios, mas saliento a falta conhecimento/treinamento de profissionais que trabalham em serviços de urgência e emergência sobre as condutas imediatas. Destaco, também, a falta de recursos, pouco interesse em publicações, perfil social, treinamento de equipes e gestão de CTQs, políticas de prevenção, reabilitação, acompanhamento ambulatorial, tratamento de sequelas e reinserção social”, ressalta.
Atualmente, Helena Caetano faz residência e mestrado pela Universidade Federal de São Paulo.
Maurício Pereima - diretor Científico Mauricio José Lopes Pereima é cirurgião pediatra e professor titular da Universidade Federal de Santa Catarina e, agora, diretor científico da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) para o biênio 2011/2022. Já foi chefe da Unidade de Queimados do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis. Para o atual cargo, Maurício aproveitará toda sua experiência, pois já foi diretor da Revista da SBQ, presidente do Congresso Brasileiro de Queimaduras em 2012 e presidente da Regional de Santa Catarina. “Acredito que, agora, na Diretoria Científica, podemos contribuir no sentido de fomentar, incentivar e prestar consultoria |
para os sócios desenvolverem atividades científicas e acadêmicas que retratem o trabalho de assistência de excelência que todos realizam com pacientes queimados no Brasil”, afirma.
Conforme diz médico, o objetivo é aprimorar o desenvolvimento científico daqueles que procuram um aperfeiçoamento profissional em cursos de pós-graduação lato sensu, além de estimular e assessorar profissionais ligados a instituições de ensino superior para mestrado e doutorado.
“Hoje, a maioria dos centros de queimados já tem competências e habilidades para o tratamento convencional de queimaduras, com diminuição da morbidade e mortalidade dos pacientes queimados. O desafio permanece nas coberturas cutâneas temporárias e definitivas que ainda não são uniformes. O trabalho dos bancos de tecidos, ainda insuficientes no Brasil, não consegue suprir as necessidades de todos os CTQs. Precisamos contribuir para esses desenvolvimentos”, destaca.
Raquel Pan - vice-diretora Científica Raquel Pan é enfermeira e a nova vice-diretora Científica da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ). É membro efetivo desde 2012 e membro do Comitê de Enfermagem desde julho de 2020. Além disso, é professora efetiva da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, responsável pela disciplina Enfermagem em Pediatria. Para seu
mandato na SBQ, Raquel objetiva contribuir para o desenvolvimento e
intensificação de ações de prevenção; atenção às necessidades das crianças
sobreviventes de queimaduras; aproximação das ações dos Centros |
de Tratamentos de Queimaduras (CTQs) dos diversos serviços que podem vir a atender um paciente queimado; aproximação das ações da SBQ da International Society for Burn Injuries, por ser membro de dois comitês (Enfermagem e Prevenção).
Ela afirma que os desafios são diversos, mas que vai trabalhar para melhorar o cenário atual. “São vários, como dificuldade de acesso de pacientes aos serviços de saúde e tratamento adequado; falta de conhecimento ou conhecimento equivocado por parte de profissionais de saúde, devido ao aprendizado insuficiente durante a formação e não capacitação; cuidado focado, exclusivamente, no tratamento das feridas/cicatrizes, sem atenção ao contexto social e cultural dos indivíduos. Mas nosso objetivo é diminuir ao máximo esses desafios”, destaca.
Luiz Philipe Molina - Representante
internacional O cirurgião plástico Luiz Philipe Molina continua na direção da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) como representante internacional, desta vez, para o biênio 2021/2022. Molina já foi presidente da SBQ em 2017/2019. “Faço parte da diretoria há vários anos, estou dando continuidade ao projeto que iniciamos na minha gestão e evoluiu na do José Adorno”, afirma. Dessa forma, o especialista destaca que seu objetivo na direção da SBQ é aproximar ainda mais as sociedades internacionais, contribuir para a Revista Brasileira de Queimaduras (RBA), continuar com o CampSamba - que ele |
trouxe para o Brasil – e evoluir com projetos da Organização Mundial da Saúde (OMS), de banco de dados do Brasil (Datasus) e com Conselho Federal de Medicina. “Interagindo todas as sociedades, ajudamos para que os pacientes tenham acesso a serviços de qualidade em todo o país”, ressalta.
Atualmente, Luiz Philipe trabalha em vários hospitais de São Paulo, como o Hospital 9 de Julho, o Hospital das Clínicas, o Hospital Albert Einstein e em clínica privada.
Andrea
Fernandes de Oliveira - Revista Brasileira de Queimaduras (RBQ) A cirurgiã plástica do Centro de Tratamento de Queimaduras do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, no Rio Grande do Norte, ficará à frente da Revista Brasileira de Queimaduras, como editora chefe. Associada a SBQ desde 2010, a médica atuou como tesoureira na gestão de 2017/2018. Segundo Andrea, o Brasil é um país continental e o tratamento das queimaduras ainda é muito heterogêneo. “Acho importante a atuação dos colegas, médicos e outros |
profissionais da saúde, que trabalham junto a esses pacientes, tentarem divulgar o conhecimento e a experiência que adquirem com trabalho. Além de ajudar na troca de ideias e melhorar o tratamento desses pacientes em áreas mais remotas e que não possuem unidade especializada próxima”.
A médica conta que a Revista deve ser modernizada dentro das normas das revistas científicas. “Vamos tentar estabelecer um avanço na divulgação da revista. Assim, melhorando o fator de impacto para que a informação seja documentada e disponibilizada para os profissionais que precisam ter acesso a essas informações” informa.
Juliano Tibola – 1° Conselheiro fiscal O fisioterapeuta da Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Juliano Tibola irá atuar como 1° conselheiro fiscal na nova diretoria. Ele conta que o bom trabalho que José Adorno tem desenvolvido na SBQ o motivou a fazer parte da diretoria. Além de poder colaborar, como profissional, nas ações em prol dos pacientes queimados. Na SBQ há mais de 20 anos, o profissional também integra o Comitê de Fisioterapia. “Na nova gestão, pretendo continuar no Comitê. Nossa ideia é manter as atividades e poder estar mais próximo dos profissionais que buscam a |
SBQ. Como proposta, além do conselho fiscal do qual faço parte, nós pretendemos continuar estimulando o desenvolvimento dos comitês das profissões.”, destaca.
Pablo Fagundes Pase – 2º Conselheiro Fiscal O cirurgião plástico Pablo Fagundes Pase foi foi reeleito no cargo de conselheiro fiscal por mais dois anos. Ele conta que tem como objetivo “contribuir para uma Sociedade de Queimaduras mais atuante, inclusiva e financeiramente saudável”. Segundo ele, a oportunidade de conviver e desenvolver projetos significativos com profissionais expoentes no atendimento ao queimado o motivou a continuar na diretoria. |
Para o médico, dentre os desafios no tratamento das queimaduras, é importante citar a educação. “Este desafio se faz presente desde a prevenção (elaboração e propagação de informações que consigam evitar a ocorrência das queimaduras, lembrando que cerca de 90% das queimaduras são evitáveis) até o tratamento (concepção e difusão de um atendimento padronizado, efetivo, passível de ser mensurado e aprimorado)”.
Atualmente, o médico trabalha em vários hospitais, como o Hospital Moinhos de Ventos, Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre e Santa Casa de Porto Alegre.
Rodrigo da Silva Feijó – 3º Conselheiro fiscal O cirurgião pediátrico do Hospital infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, Rodrigo da Silva Feijó, assume o cargo de 3º conselheiro fiscal da SBQ. O médico destaca que durante o mandato irá manter o controle e a austeridade fiscal da Sociedade, além de contribuir em outras áreas que a diretoria achar pertinente. Para o médico, o tratamento de queimaduras enfrenta desafios, como “poucos profissionais aptos ao tratamento, falta de políticas governamentais efetivas tanto na prevenção como no tratamento e na falta de um protocolo nacional de atendimento”. |