Cirurgião plástico lidera equipes multiprofissionais de pacientes queimados

YD comunicação - 07/12/2023

Especificidades da especialidade o fazem ocupar esse lugar. Neste Dia do Cirurgião Plástico, uma homenagem a esses profissionais


Para muitas pessoas, quando se escuta falar em cirurgia plástica, parece clara a ideia de um profissional procurado, apenas, para fins estéticos. Mas a carreira vai muito além disso. Uma das áreas de atuação deste profissional é no atendimento às vítimas de queimaduras, especialmente, as de segundo e terceiro grau. 

Conforme descrição da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o tratamento de queimaduras pela cirurgia plástica depende da profundidade e da extensão da queimadura. Na fase aguda, o principal objetivo do cirurgião plástico é promover a cicatrização da área lesionada, que pode ser feita pela remoção do tecido desvitalizado. Casos mais graves requerem maior cuidado, com possibilidade de cirurgias de enxerto ou retalhos.

Segundo o cirurgião plástico e diretor científico da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), Flávio Nadruz, a cirurgia no paciente queimado visa, em primeiro lugar, o fechamento da ferida causada pela queimadura. “Mas o cirurgião plástico que trata queimado, ele tem uma visão de evitar o aparecimento das sequelas. O paciente sequelado passa por muitas cirurgias. Por isso, a necessidade de que o início dos procedimentos cirúrgicos seja muito precoce, para ajudar na recuperação clínica e evitar sequelas”, destaca. 

Pela Portaria 1.273/2000, do Ministério da Saúde, é o cirurgião plástico que coordena os centros de tratamento intensivo de queimaduras. “Esse profissional tem que ter formação em cirurgia, conhecimento da fisiopatologia da queimadura e, também, tem que conhecer um tanto da terapia intensiva”, destaca o cirurgião plástico e diretor científico da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), Flávio Nadruz. 

Para quem deseja atuar na área, de acordo com a vice-presidente da SBQ, a também cirurgiã plástica Kelly de Araujo, além da vocação para atuar com a cirurgia e curativos, é preciso estar antenado com tudo que está acontecendo com os queimados. “Isso vai desde aspectos psicológicos, familiares. Não dá para pensar no queimado só em cirurgia e cicatrização. Tem que ir além, em caráter psicológico, social, na sua reinserção”, observa. 

Para ela, todo estudante deveria entender um pouco de atendimento a pacientes queimados por que, segundo Kelly de Araujo, em algum momento o profissional vai atender uma vítima no pronto-socorro ou hospital. “Você tem que saber conduzir o que é grave e o que não é, se dá para tratar ali ou se precisa encaminhar para um centro especializado”, destaca, lembrando que quem quer estudar pode procurar as ligas de cirurgia plástica pois sempre vai ter uma aula de queimados e vai tendo contato com matérias específicas. 

Para ser cirurgião plástico é preciso graduação em medicina, dois anos de especialização em cirurgia geral e mais três de cirurgia plástica.

Dia Nacional do Cirurgião Plástico – Neste dia 7, celebra-se o Dia Nacional do Cirurgião Plástico. A data foi escolhida de acordo com o dia da fundação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, ainda em 1948. 

Em nome dos médicos Kelly Araujo e Flávio Nadruz, a SBQ parabeniza a todos os cirurgiões plásticos pela data.

Kelly Araujo é formada em medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais desde 1999. A vice-presidente da SBQ finalizou a residência em cirurgia plástica em 2004. “Quando fui para medicina, pensava em trauma. Mas logo vi que gostava mesmo era da reparadora. Eu trabalhava na cirurgia plástica de trauma e atendia queimado só na chegada dele no hospital, mas aí eu assumi a coordenação de cirurgia plástica do hospital e junto dela tem a de queimados e comecei a mexer com queimados e adorei, virou minha primeira opção”, relembra.

Nadruz conta que a escolha pela cirurgia plástica foi pela cirurgia reparadora e lembra que na medicina já gostava das disciplinas cirúrgicas, mas não recorda quando despertou para as queimaduras. “Lembro, apenas, de um caso muito complexo durante a residência médica, ainda em 1977, que me marcou muito. Depois da residência, sempre trabalhei com cirurgia reparadora em urgência e emergência e dizem meus amigos que eu sempre manifestava essa atenção especial ao capítulo de queimaduras”, relembra.