- 11/09/2017
Correr sem limitações, tocar violão, se sujar de lama até não ter mais espaço no corpo. Churrasco, banho de mangueira, roda de conversa e muito mais. Essas atividades são comuns em campings, mas no Camp Samba, 1° acampamento para crianças vítimas de queimaduras no Brasil, elas tiveram um significado especial.
O evento, promovido pela Burn Advocates Network (BAN) em parceria com Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), ocorreu de 22 a 25 de junho em Campos do Jordão, São Paulo, coincidindo com o mês do Dia Nacional de Luta Contra Queimaduras, celebrado em 6 de junho, beneficiou crianças de 7 a 12 anos que carregam consigo cicatrizes estéticas e emocionais. Durante o acampamento, os pequenos puderam construir autoconfiança, fazer novas amizades e deixar as cicatrizes de lado para se aventurarem nas brincadeiras.
Para garantir os cuidados necessários e total diversão, as crianças tiveram a seu dispor uma equipe multiprofissional que contou com enfermeiras, terapeutas ocupacionais, psicólogos, dentre outros. O evento teve ainda a participação de voluntários e monitores. “Ouvimos relatos emocionados de funcionários que nos surpreenderam. Ao final do evento ainda recebemos o carinho tanto dos pais, quanto das crianças”, relata a assistente geral do Camp Samba, Juliana Vasconcelos. Conforme conta a assistente geral, a integralização e socialização do grupo goiano foi proveitosa. “Superamos até mesmo a distância e dificuldades, os pequenos percebem isso e nos devolvem com empenho no tratamento e naturalmente mostram aos outros participantes que tudo é possível. Eles, sem dúvidas, aproveitaram o máximo”, comenta.
Para divertir e animar a criançada, a organização contou com profissionais experientes no segmento. “Trouxemos visitas como a Maureen Maggi, que nos ajudou mostrando atividades físicas para estimular os pequenos, todas pensadas e desenvolvidas para proporcionar segurança, autoestima e independência”, comenta Juliana. Além disso, os pequenos participaram de atividades de culinária com o chef do restaurante Le Manjue, Renato Caleffi, ocasião em que puderam montar pizzas e fazerem biscoitos saudáveis.
A organização forneceu kits que continham tênis, chinelo, camiseta e roupas para o frio, já que todas estavam no inverno de Campos do Jordão, mas isso não importava porque o calor que exalava de cada criança era suficiente para aquecer o lugar. O acampamento contou ainda com roda de musicoterapia. A ex-atleta Maureen Maggi, saltadora, velocista brasileira e medalhista olímpica, e o Professor Lázaro chamaram as crianças para um bate-papo que rendeu muita animação. Teve ainda mágica, piadas, dança e cantoria.
Ao final das atividades, os pequenos se reuniram para uma roda de conversa e puderam expressar as angústias e falar o que as deixavam felizes. Tiveram declarações de amor, declarações emocionantes e o sentimento de não querer que aqueles dias chegassem ao fim. No último dia, banho de lama, recados de despedida e muita comoção.