YD Comunicação - 24/10/2023
Evento teve premiação de trabalhos e contou com amplo debate sobre queimaduras
O XIII Congresso Brasileiro de Queimaduras, realizado em setembro em Salvador (BA), fez história em 64 horas de atividades científicas. Os 705 congressistas inscritos, atuantes em diversas áreas do tratamento de queimados, puderam aprender e trocar experiências no evento.
Foram, dois cursos pré-congresso, 15 mesas redondas, três talk shows, oito rodas de conversas, dez conferências e 136 temas livres apresentados nos formatos de apresentação oral e e-pôster. O evento contou, ainda, com a participação de oito empresas apoiadoras, 19 expositoras e 34 fornecedoras.
PREMIAÇÕES - Durante o XIII CBQ, três trabalhos foram premiados e receberam os prêmios Nelson Piccolo, Elisabeth Greenfield e Roberto Chem, depois de um processo de escolha que ocorreu em três etapas que envolveram análises de trabalhos escritos e apresentação oral.
Um dos premiados foi o trabalho do cirurgião plástico Edmar Maciel Lima Júnior, coordenador geral da pesquisa de pele de tilápia. “Nós ganhamos o prêmio Roberto Chem com desenvolvimento de matriz dérmica para tratamento de queimados. Isso tem valor muito importante porque não existe matriz dérmica produzida no Brasil nem na América do Sul e os custos de importação são muito elevados”, destaca o médico.
A pesquisa envolveu 327 pesquisadores, em nove estados brasileiros e em nove países, com 35 publicações em revistas nacionais e internacionais e já ganhou 21 prêmios, todos em primeiro lugar. “O primeiro foi em 2016, em um congresso da SBQ em Salvador e agora, sete anos depois, ganhamos o 21º prêmio em primeiro lugar, também em um congresso da SBQ em Salvador”, ressalta Edmar Maciel.
Para ele, este prêmio tem grande valor sentimental. “O nome Roberto Correa Chem é de um grande amigo gaúcho, cirurgia plástico, que teve seu nome nessa premiação como prêmio para trabalhos de pesquisa, inovação e desenvolvimento. É uma honra grande ter ganho o prêmio com o nome de uma pessoa muito amiga”, frisa o médico formado há 42 anos e atuante com pacientes queimados há 46, já que iniciou quando ainda era estudante de medicina.
No melhor trabalho categoria enfermagem, o prêmio foi para a equipe de Jadson Amâncio, coordenado pela enfermeira e vice-diretora científica da Sociedade Brasileira de Queimaduras, Moelisa Queiroz dos Santos Dantas. O título do trabalho é Perfil do contrafluxo dos pacientes atendidos em uma unidade de referência de queimados no Estado da Bahia.
“O trabalho foi desenvolvido no CTQ do HGE em parceria com o programa de residência multiprofissional da Uneb. O trabalho é inovador por que traz um novo indicador de qualidade e preditor de mortalidade dessas pessoas que ficam internadas”, introduz a enfermeira Moelisa Dantas. “Ele nos apresentou uma realidade que a gente vai precisar fazer uma intervenção dentro do serviço. Sentimos uma lacuna na literatura quando a gente pensou no conceito de fluxo e contrafluxo, valorizando a qualidade da assistência que é prestada a esse paciente e o caminho que ele deve percorrer dentro do hospital, considerando os níveis de densidade tecnológica”, diz.
Moelisa complementa que o trabalho foi inovador e um grande desafio. “Partimos de um conceito novo, partindo do zero, porque esse conceito não existia, de fluxo e contrafluxo como um caminho que esse paciente percorre dentro da unidade hospitalar depois que ele é admitido pensando em densidade tecnológica”, destaca.
Para um dos autores do projeto, Jadson Amâncio, que é formado em enfermagem e residente em terapia intensiva pelo programa multiprofissional da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), apresentar o trabalho no congresso despertou nele emoções jamais vividas. “Foi uma experiência única, um pouco apreensivo e eufórico em representar e apresentar um trabalho tão significativo, mas consegui expressar a significância desse produto”, diz ele, ressaltando que trabalhar com pacientes vítimas de queimaduras em um hospital referência o fez desperta para a reflexão de problemáticas recorrentes e que o manejo é complexo e desafiador.
O Prêmio Nelson Piccolo, que incentiva receptores a aprimorar o tratamento das queimaduras no país, premiou o intensivista João Neves. "A realização do trabalho cresceu dentro de uma perspectiva de equipe, no qual buscávamos solucionar lacunas encontradas na literatura relacionada a utilização de dispositivos termográficos no atendimento a pessoas com queimaduras. Coordenados por doutor Marcus Barroso (presidente da SBQ) desenhamos este estudo a fim de entender melhor a performance da tecnologia aliada ao conhecimento clínico e prática da equipe".
Para o especialista foi um desafio a apresentação dos resultados em um congresso nacional. "No meu processo formativo, enquanto intensivista, a premiação me reafirmou que a pesquisa e a atualização científica aliada a prática, formam um dos maiores pilares da formação de um profissional completo e capacitado para todos os desafios da assistência", contou o premiado.
Confira os momentos inesquecíveis que marcaram o XIII CBQ:
https://www.youtube.com/watch?v=yzgkLLI2uds
https://www.youtube.com/watch?v=3yqwHFa6X1Q
ACESSE O RELATÓRIO COMPLETO: Relatório Realização XIIICBQ.pdf