YD Comunicação - 25/08/2022
Foi o desejo de fazer mais por pessoas vítimas de queimaduras que o médico Luiz Philipe abraçou a causa, iniciada em 2007 lá nos Estados Unidos, trazendo para o Brasil o modelo conhecido como CampSamba. Hoje, à frente da organização não-governamental, ele se soma a outros 21 voluntários para oferecer lazer e devolver a autoestima e o bem-estar a crianças que sobreviveram a acidentes com queimaduras.
Luiz Philipe é um dos entrevistados pela SBQ neste mês de homenagem ao Dia do Voluntariado no Brasil, celebrado em 28 de agosto, contando um pouco sobre a atuação deles no CampSamba. Para saber mais sobre o projeto, basta acessar o site.
Como surgiu o CampSamba?
O CampSamba é uma organização não-governamental derivada de um projeto americano que é a Burn Advocates Network (BAN), sediada em New Jersey (EUA), fundada pelo advogado Samuel Davis em cooperação com vários profissionais de queimadura. Ele criou essa ONG para atender as crianças vítimas de queimaduras que tinham sobrevivido e que tinham muitas sequelas, limitações, especialmente, psicológicas.
Eu conheci o Sam num congresso de queimaduras. Ele me apresentou o projeto e fiquei encantado! Em 2017, realizamos a primeira edição do acampamento no Brasil. A gente fala que é acampamento, mas na verdade sempre ficamos em hotéis que têm infraestrutura boa e completa.
Como é a atuação da ONG?
Nossa atuação é através dos acampamentos e estamos desenvolvendo um manual para que essas atividades possam ser replicadas em outros locais.
Quantas pessoas fazem parte do Camp Samba?
Em cada edição são cerca de 15 voluntários e na direção são sete fixos. São todos voluntários, ninguém recebe salário, todo mundo é dedicado por acreditar na causa e nesse trabalho.
E quantas pessoas são atendidas?
Em cada acampamento são atendidas cerca de 50 crianças.
O senhor atua como voluntário? Como começou a sua história como voluntário?
Sou presidente e atuo como um dos voluntários e faço isso porque trabalho desde sempre com queimaduras e quando conheci esse projeto, eu vi que poderia ir além do tratamento convencional que já faço, que é o tratamento da fase aguda e das sequelas.
Qual o trabalho que realiza com pessoas vítima de queimaduras?
Trabalho com pacientes agudos e de sequelas, sou professor da USP, onde coordeno o Ambulatório de sequelas de queimaduras.
Como ser voluntário no CampSamba?
Para ser voluntário, basta entrar no nosso site e se inscrever, todo mundo é bem-vindo e sempre temos trabalhos para fazer.
Como vocês escolhem onde será realizada uma edição?
A gente escolhe o local que tem demanda. Temos uma demanda para o Nordeste, pretendemos fazer uma edição lá para atender as crianças de lá, já que esse trabalho tem se mostrado altamente efetivo, com resultados incríveis de recuperação de autoestima, de imagem corporal, de ressocialização. Então, é trabalho que tem dado muitos frutos e pretendemos expandir para várias regiões do Brasil, mas ainda dependemos de apoio financeiro dos parceiros colaboradores para fazer isso acontecer.