YD Comunicação - 27/10/2023
O trabalho do profissional envolve o tratamento das limitações físicas, emocionais e funcionais.
A explosão do rechaud (aparelho usado para manter os alimentos aquecidos), em um restaurante, provocou queimaduras de 2º e 3º graus e amputação de um dedo da mão direita da dentista Luísa Simões Silva. Na internação, entre os 18 procedimentos cirúrgicos e de enxertia de pele, ela era atendida pela terapeuta ocupacional Ariane Corrêa Lopes, no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte.
"Fiquei completamente enfaixada durante os 2 meses de internação e então ela me auxiliou fisicamente e psicologicamente. Foi a terapia ocupacional que me colocou de pé para andar pela primeira vez, e só assim pude ter alta hospitalar", conta Luisa.
A terapia ocupacional faz parte da equipe multiprofissional e só adiciona benefícios ao tratamento dos pacientes queimados. O tratamento envolve avaliação, estabelecimento de metas terapêuticas, atividades e exercícios para melhora de habilidades motoras, cognitivas e funcionais, além de orientações e adaptações para facilitar a participação nas atividades diárias.
Segundo Ariane, o atendimento começa nos centros de tratamento intensivo (CTI). "Inicia-se com o tratamento precoce e movimentações passivas para preservação dos movimentos das articulações, pois, devido a algumas cicatrizações, ocorre formação de cordões fibrosos, que diminui a mobilidade; e o uso de splints para manutenção da articulação em posição adequada - postura e posicionamento no leito para evitar outras lesões".
O funcionário público e eletricista eletrônico Fabiano Lorenzo também foi paciente de Ariane. Ele sofreu queimaduras em um acidente de moto. Após a colisão com outro veículo, um vazamento de combustível fez as motos explodirem. Resultando em queimaduras de terceiro grau e amputações nos dedos da mão direita.
Foram 96 dias de internados e, após a alta hospitalar, vários retornos ao ambulatório do Hospital João XXIII. "Foi a terapia ocupacional a maior responsável pela minha volta a caminhar sem ajuda de muletas e pela recuperação das funções da mão direita - como todas as pinças entre os dedos que havia perdido devido ao acidente", relata Fabiano.
Acompanhamento - Mesmo após a alta hospitalar, Luísa e Fabiano continuam o tratamento com Ariane. De acordo com a terapeuta ocupacional, o tratamento sendo precoce, os retornos são por pouco tempo, pois não possuem tanta sequela ou nenhuma. "Algumas vezes o paciente já sai do CTQ totalmente reabilitado sem necessidade de acompanhamento", esclarece a profissional.
Segundo Luíza, o acompanhamento com a terapeuta ocupacional envolve vários aspectos. "Pós alta pudemos trabalhar: na sensibilidade da pele enxertada, na dessensibilização do membro amputado, na movimentação de pinça da mão direita e de todas as áreas com enxerto, o relaxamento pós trauma e hospitalização. A questão dermatofuncional da pele enxertada que é imprescindível que ela se estique o suficiente pra que o movimento dos membros voltem, mas que não pode forçar muito por ser uma pele extremamente sensível para abertura de feridas", conta.
Fabiano também continua com o tratamento. "Estamos buscando a excelência de todas as funções que a minha mão direita pode me proporcionar. A perna direita que queimou em sua totalidade com queimaduras de terceiro grau, já se encontra quase 100% após ganho de extensão, após cirurgia de correção e consultas com a doutora Ariane", relata.
Celebração - No dia 27 de outubro, Dia Mundial do Terapeuta Ocupacional, a Sociedade Brasileira de Queimaduras parabeniza os profissionais indispensáveis no tratamento do paciente queimado.