YD Comunicação - 19/01/2021
O profissional contribui para que o paciente volte a realizar atividades cotidianas
Hoje, 19 de janeiro, é uma das datas definidas para homenagear os terapeutas ocupacionais, profissionais responsáveis por contribuir para que o paciente volte a realizar atividades cotidianas, como alimentar-se, trabalhar, ter momentos de lazer e atividades sociais em geral. Ou seja, é essencial no trato de pessoas vítimas de queimaduras.
No Brasil, a Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) estima que ocorra em torno de um milhão de acidentes com queimaduras por ano. As consequências deixadas não são apenas sequelas físicas, mas também psíquicas. Dessa forma, a terapia ocupacional possui diversas vertentes de atuação para reabilitação desses indivíduos.
As principais sequelas motoras desenvolvidas durante o atendimento hospitalar são as cicatrizes, queloides, rigidez articular, contraturas de tecidos moles e/ou articulares. Já do ponto de vista psicossocial, o paciente se vê condicionado pela exigência da beleza física e pela sua própria exigência interna, inconformado com a cicatriz. Assim, a terapia ocupacional atua na prevenção de deformidades, manutenção da mobilidade articular e restituição da função.
Provavelmente, o terapeuta é o profissional que tem contato mais prolongado com o paciente: ele atua logo nos primeiros dias de atendimento hospitalar, após a admissão e prossegue até o final do processo de remodelação cicatricial, no segmento ambulatorial. Com isso, percebe-se que o processo terapêutico ocupacional funciona como potencializador e facilitador de autonomia e independência do sujeito.
Essencial – A terapia ocupacional é parte essencial no tratamento multidisciplinar nos cuidados do paciente queimado. A mobilização precoce e contínua e a imobilização correta fazem a diferença no processo de cicatrização, previne deformidades, mantendo a integridade dos membros e favorecendo sua funcionalidade.
Os profissionais também são fundamentais na confecção e orientação do uso de órtese, adaptações, atividades de vida diária, cuidados com a cicatriz, como o acompanhamento do uso da malha compressiva. “Com as crianças fazemos um trabalho diferenciado, com atividades lúdicas, como recurso terapêutico, sob supervisão para evitar a infecção hospitalar”, informa a terapeuta ocupacional, membro da SBQ, Ana Paula Hirako.
Ela é formada há 18 anos na área e logo foi convidada para trabalhar no Hospital de Queimaduras em Anápolis, onde atua até hoje. Ainda é especialista em Contextos Hospitalares e Terapeuta de Mão pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medina da USP/SP.
“Passei uma semana conhecendo o trabalho da terapia ocupacional no hospital, fiz um curso de aprimoramento em órtese e malha compressiva. Assim, iniciei meu trabalho no hospital, onde pude acompanhar os pacientes desde a sua chegada na internação, nos procedimentos dentro do centro cirúrgico, na UTI e também no acompanhamento ambulatorial”, conta.
Conforme destaca a especialista, a terapia ocupacional contribuiu de maneira ampla no processo de reabilitação, diminuindo o risco de sequelas e favorecendo a sua funcionalidade no âmbito físico, social e psicológico, devolvendo sua independência e convívio saudável na sociedade.
A tesoureira da regional da SBQ do Rio Grande do Norte, Jonara Ramos, também é terapeuta ocupacional e trabalha com queimados desde 2009, quando foi aprovada em concurso e lotada no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel em Natal. “Nosso objetivo principal é a funcionalidade do paciente, ou seja, estimular o desempenho ocupacional, de forma independente”, esclarece.