YD Comunicação - 25/10/2022
O médico assumirá a gestão no biênio 2023/2024
O cirurgião plástico Marcus Barroso cumprirá o seu primeiro mandato à frente da presidência da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), no biênio 2023/2024. A eleição ocorreu no último sábado (22), na Assembleia Geral Ordinária, realizada pela SBQ, que elegeu, também, as diretorias das regionais.
Nos últimos dois anos, o médico assumiu o cargo de vice-presidente da Sociedade. Há seis anos, Marcus Barroso atua como coordenador do Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador (BA); é supervisor do Programa de Residência Médica em Atendimento ao Queimado do HGE; e mestre em tecnologias em saúde pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP).
Como presidente da SBQ, o médico diz que desenvolverá uma gestão democrática, inclusiva, participativa e que represente as diferenças entre os membros e diversidades do Brasil. Barroso falou, ainda, sobre o Programa Regular do SIG Queimaduras, o próximo Congresso Brasileiro de Queimaduras (CBQ) e sobre as melhorias para a área.
Quais as propostas e projetos para os dois anos de mandato?
Este cenário de pós-pandemia nos levou a refletir e repensar o modo de comunicar e de agir em relação aos diversos setores que compõe nossa Sociedade Brasileira de Queimaduras. Se por um lado a pandemia nos distanciou, paradoxalmente ocorreu uma maior aproximação através das plataformas digitais, o que permitiu um diálogo contínuo entre nossos diversos membros, antes separados por distâncias grandes, devido à dimensão continental de nosso país.
Nossas propostas se baseiam, principalmente, na necessidade de diálogo entre os diversos setores que lidam com o tratamento das queimaduras, promovendo uma interlocução com atores, coletivos e instituições situados em distintas posições para além do limite de nossa SBQ. É preciso saber combinar tradição com modernidade, bem como preservar o papel de formadora e disseminadora de conhecimento de nossa sociedade. Faremos uma gestão democrática, inclusiva, participativa e que represente as diferenças entre seus diversos membros e diversidades de cenários encontrados em nosso território.
Explique melhor sobre essa gestão...
Ela se baseará em cinco eixos principais, que serão expostos e estarão abertos ao diálogo no decorrer de nossa gestão, sendo eles: Eixo SBQ autônoma, priorizando o diálogo e participação ampla de seus membros na tomada de decisões; eixo científico-educacional focado na formação e disseminação do conhecimento através de políticas de ensino, pesquisa e acesso à informação; eixo gestão ágil e colaborativo, com a filosofia de descentralizar, através dos diversos comitês e comissões, fazendo com que cada problema seja avaliado por diversas pessoas, grande parte dos problemas e ações poderão ser resolvidas assim, antes de chegar ao presidente, permitindo que ele se dedique a atividades que gerem maior valor para a instituição; eixo responsabilidade social, com a interlocução com ONGs, companhias elétricas, de petróleo, bombeiros e a própria população com o intuito de instruir e prevenir através de campanhas e palestras; eixo valorização das pessoas e profissões que lidam com as queimaduras, já que um profissional motivado se sente envolvido e percebe que suas ações modificam positivamente todo o seu entorno; e, finalmente, o eixo de política de comunicação, implementando diretrizes para o gerenciamento da comunicação entre os diversos membros da SBQ e a comunidade em geral, agilizando-a através da utilização dos diversos meios, digitais e convencionais.
O SIG queimaduras teve um papel de destaque para os profissionais da área. Terão encontros e temas importantes nas próximas edições?
Sim, o SIG desempenha um papel fundamental e abarca mais de um dos eixos que nortearão nossa gestão; o eixo de valorização das pessoas e profissões, já que todos os profissionais que lidam com as queimaduras têm espaço livre para participar. O eixo de política de comunicação, também, por ser digital, de relativo fácil acesso e possuir abrangência nacional.
O próximo Congresso Brasileiro de Queimaduras será em Salvador. O que esperar do congresso?
Salvador teve a honra de ser a primeira capital do Brasil, e todo o país é baiano de nascimento, já que foi aqui que ele foi fundado e batizado, agora teremos a honra de sediar o primeiro Congresso Brasileiro de Queimaduras no formato presencial, após a pandemia.
Será uma oportunidade única para nos reencontrarmos após todo este período, trocarmos experiências e aprendermos com nossos pares. Aguardem uma programação ampla, inclusiva, na qual traremos nomes de peso no desenvolvimento e aplicação das diversas tecnologias referentes ao tratamento do paciente queimado. Salvador espera todos vocês de braços abertos.
O que precisa melhorar na área de queimaduras?
Possuímos vazios assistenciais grandes no nosso país, o que não é diferente quando falamos de queimaduras. Estados imensos como o Amazonas, por exemplo, só possuem um centro de tratamento, sem falar na dificuldade de transporte que, na maioria das vezes, se dá através dos rios ou de avião.
A SBQ, durante a nova gestão, estreitará o contato com o Ministério da Saúde e fomentará o projeto iniciado pela atual gestão, com nosso presidente José Adorno, de implantação de uma linha de cuidados à queimadura, desde a prevenção até a reabilitação, que é outro problema importante que o Brasil possui.
Os gargalos são diversos e diferentes em cada estado. Precisamos melhorar a comunicação, entender os diversos cenários e fomentar a capacitação profissional. Os desafios são muitos, mas contamos com uma SBQ unida e formada por pessoas que “vestem a camisa” e vão à luta. Tenho certeza de que juntos conseguiremos melhorar este cenário.