- 22/04/2025
Durante quase seis anos, o médico Edmar Maciel esteve na presidência da Sociedade Brasileira de Queimaduras, estando à frente da entidade de setembro de 2001 a maio de 2006. “O motivo deste período longo foi que realizamos em Fortaleza o Congresso Brasileiro de Queimaduras, o Congresso da FELAQ e o Congresso Mundial da ISBI, no qual fui presidente destes eventos”, conta.
Ele foi o terceiro presidente a assumir a SBQ e é com ele que conversamos desta vez.
SBQ- Quais foram as maiores dificuldades daquela época?
As maiores dificuldades que nós tínhamos eram em relação a recursos para gerir a SBQ. Mas, em compensação, nós tivemos uma rede de contato muito grande com as empresas de patrocínio, montamos uma equipe não só de diretoria nacional, como presidentes de regionais. Nós tivemos inúmeros sucessos e eventos e a SBQ cresceu demais.
SBQ- Quais foram os maiores avanços que conseguiram naquela época?
Em 2001, promovemos a Campanha de Prevenção de Queimaduras na Região Nordeste, a maior do país. Na nossa gestão, implementamos o Curso Nacional de Normatização de Atendimento ao Queimado (CNNAQ) e visitamos todos os serviços de queimados do país. Também estreitamos laços com as sociedades internacionais e Ministério da Saúde.
A ISB, devido à grande aproximação que o Nelson Piccolo tinha com todos os gestores, mas também a Federação Latina-Americana de Queimaduras, da qual eu tive a oportunidade de visitar inúmeros países durante a minha gestão e depois me tornar presidente da Federação Latina-Americana de Queimaduras, onde eu fui vice-presidente no período de 2005 a 2007 e presidente eleito de 2007 a 2009.
SBQ- O que o senhor acha que mais mudou na atenção às vítimas de queimaduras e, também, na questão da prevenção daquela época para hoje em dia?
Com certeza a atenção às vítimas de queimadoras melhorou bastante, não só pelos vários serviços de queimado muito bem montados, muito bem geridos, mas também pelos profissionais de capacidade bem treinados através do CNNAQ, isso deu um salto de qualidade muito grande no atendimento a esses pacientes.
Infelizmente eu não posso dizer a mesma coisa em relação à campanha de prevenção de queimaduras. Nunca vimos realmente o Ministério da Saúde fazer uma campanha a nível nacional constante e educativa, principalmente envolvendo as escolas, os pais, para que a gente possa ter redução realmente significante no número de queimados no Brasil.
SBQ- O que representou na sua vida e na sua carreira ter presidido a SBQ?
Ter presidido a SBQ por quase seis anos na minha vida representa um ganho imenso em termos de vivência organizacional, de gestão, a networking que eu fiz. Mas, principalmente, ter contribuído com o avanço na melhoria do tratamento e da prevenção do paciente vítima de queimadura. Isso realmente me dá um orgulho muito grande ter presidido uma entidade que até hoje se mantém nesse patamar de compromisso com o atendimento, de seriedade, e isso é uma coisa que eu levarei para o resto da minha vida.
SBQ- O senhor já esteve na diretoria da SBQ além da presidência?
Fui um dos fundadores, em 1995, quando também estive presidente da Regional Ceará. Em 1997 fui Diretor-Científico e nos anos de 1999 a 2001, vice-presidente da SBQ.
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