YD Comunicação - 19/06/2023
Criado por estudante do ensino médio que sofreu queimaduras, aparelho é portátil, pode ser recriado e tem o custo médio de R$150
Durante uma aula de prática laboratorial, no período escolar, Davi Salles, atualmente com 18 anos, sofreu queimaduras químicas de 2° e 3° grau no rosto, pescoço e mãos, por falta de equipamentos de segurança e descuido do professor. Sentindo na pele a dificuldade de regular a radiação ultravioleta (UVA e UVB), presente na luz solar, ele criou o Sensor de Radiação Ultravioleta para vítimas de queimaduras.
A ideia surgiu em uma aula de robótica, no ensino médio, para auxiliar outras pessoas a lidar com a exposição, já que a pele queimada tem riscos de câncer de pele por exposição ao sol e de mudança de coloração.
"O sensor de radiação ultravioleta permite que os usuários realizem medições precisas da radiação ultravioleta em um ambiente, permitindo que se orientem e naveguem no seu dia a dia conscientes sobre os níveis de exposição. Conseguir quantificar a exposição é muito importante, especialmente em lugares que são frequentados por amplo período, como escola, trabalho e casa. Uma vez identificadas as regiões de maior exposição, o usuário pode evitá-las ou utilizar proteções químicas e físicas reforçadas para frequentá-las. É surpreendente o quanto nosso instinto falha em identificar fontes de UV sem a ajuda do sensor", conta Davi, que atualmente cursa engenharia química na Universidade Estadual de Campinas.
O dispositivo é portátil e facilmente recarregável. Para utilizar, é só ligar um botão na lateral e apontar a parte branca do sensor para a fonte cuja radiação UV se deseja medir. Davi doou dez dispositivos para ala de queimados do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), em Brasília. Os dispositivos estão sendo utilizados por pacientes a fim de se obter feedback sobre o funcionamento.
O projeto não é patenteado e qualquer pessoa pode recriar, modificar ou melhorar o dispositivo. Todos os arquivos, modelos, códigos e guias para reproduzi-los estão disponíveis na internet, com versão em português e inglês.
"Parte da ideia de disponibilizar tudo isso é encorajar outras pessoas, hospitais ou organizações a montarem seus próprios sensores ultravioletas. Cada dispositivo custou cerca de R$ 150 para ser produzido e pode ser feito sem muito conhecimento técnico, máquinas ou ferramentas complexas. Todos os componentes utilizados podem ser adquiridos em lojas de eletrônica/robótica ou na internet. Também disponibilizei meu contato para eventuais dúvidas ou sugestões", conclui.
Mais informações sobre o Sensor UV.