YD Comunicação - 21/12/2020
Importantes entidades se uniram para melhorar a área de queimaduras. Parceria continuará em 2021
O ano de 2020 foi marcado por importantes parcerias entre a Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) e outros órgãos de destaque no cenário do tratamento e prevenção das queimaduras. Junto com o Sistema Nacional de Transplante (SNT), o Ministério da Saúde, a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Conselho Federal de Medicina (CFM), foi criado o Comitê de Banco de Tecidos.
Em reuniões quinzenas, as entidades realizaram debates e trocaram conhecimentos em temas relevantes, como: a coordenação do Estudo Multicêntrico sobre Membrana Amniótica, o apoio à Campanha Nacional de Doação de Órgãos e a revisão da Portaria nº 2.932, de 27 de setembro de 2010, que trata sobre o Plano Nacional de Implantação de Bancos de Multitecidos.
Com a parceria, no mês de junho, o banco de tecidos de Ribeirão Preto recebeu a primeira vistoria virtual, feita pelo SNT, por intermédio da SBQ. O banco de Curitiba também recebeu o apoio para a liberação. Agora, o grupo incentiva a criação de bancos em Salvador e em Brasília.
“São reuniões quinzenais e discutimos vários temas importantes, como a Política Nacional de Pele Alógena, que teve como resultado, ao longo do ano, auxílio na abertura do banco de Ribeirão Preto, que começa a funcionar em 2021 e, assim, teremos cinco bancos (Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Ribeirão Preto). Além disso, por meio dessa discussão, também teremos, a partir de 2021, a pesquisa multicêntrica da utilização de membrana aminiótica, da produção pelos bancos e a utilização delas. Esse foi outro ganho importante”, destaca o presidente da SBQ, José Adorno.
Outro ponto importante foi o curso de transplantadores, organizado pela SBQ, em parceria com a Sala Rute, SNT, Anvisa e Conselho Federal de Medicina (CFM). “Fizemos imersão em vários temas e sobre a utilização de pele alógena e uma visão para o futuro”, explica José Adorno. O curso aconteceu entre outubro e novembro deste ano e foi voltado para médicos cirurgiões plásticos ou de qualquer outra especialidade que trabalhe, há pelo menos dois anos, em centros de referências de queimados do Sistema Único de Saúde (SUS).
Na última reunião de 2020, realizada em 10 de dezembro, todos os presentes reconheceram 2020 como um ano muito produtivo e um ótimo exemplo de parceria interinstitucional. A coordenadora geral do SNT, Daniela Salomão, agradeceu o empenho e a participação de todos e demonstrou interesse em fortalecer ainda mais essa parceria no próximo ano.
Metas para o próximo ano - Em 2021, a primeira reunião acontecerá na segunda quinzena de janeiro. “Vamos começar o ano com muitos projetos. Temos, para 2021, uma campanha para aumentar a doação de pele e produção dos bancos, pois há um aumento da utilização da pele alógena e a produção pode ser um fator limitante. Por isso, estamos planejando uma campanha para doação de pele, além de aumentar a equipe de captação no Brasil todo, com teste piloto em Curitiba e Porto Alegre”, informa o presidente da SBQ.
Ainda para o próximo ano, o objetivo é colocar em discussão a portaria que regulamenta o transplante de pele no Brasil e a política de aumento de banco de tecidos. “Salvador deve apresentar essa demanda em 2021 para ser mais um banco a ser criado, isso já está em fase de organização. Brasília teve decisão estratégica para iniciar o projeto de banco de tecidos e temos vários avanços nessa área. Aumentando o rol de metas, temos a busca pela liberação para uso clínico da membrana aminiótica como curativo biológico para ser utilizado nos centros de tratamento de queimados (CTQs)”, esclarece José Adorno.