- 26/06/2020
Projeto foi desenvolvido em uma parceria entre o Centro Universitário do DF, Hran e a Associação de Prevenção e Intervenção em Queimaduras (Avance)
Aproveitando o tema da campanha Junho Laranja deste ano - “Com fogo não se brinca!” -, nada melhor do que divulgar iniciativas que corroboram para a prevenção de queimaduras. O Centro Universitário do Distrito Federal criou um aplicativo para crianças, com o mesmo nome da campanha da Sociedade Brasileira de Queimaduras, que é um projeto de extensão interdisciplinar do curso de Jogos Digitais, desenvolvido em parceria com a Unidade de Queimados do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), em Brasília, e a Associação de Prevenção e Intervenção em Queimaduras (Avance).
De acordo com o professor universitário e coordenador do curso na época da elaboração do aplicativo, Jorge Luiz Santana, a ideia surgiu durante conversas informais com os representantes das entidades participantes. "Eu faço parte do grupo que presta apoio emocional na ala de queimados do Hran e em contato com a diretoria da Avance, com doutor José Adorno e o doutor Mário Frattini, decidimos criar o jogo”, explica.
Desenvolvido inicialmente para plataformas Android e Web, o jogo de perguntas e respostas traz situações reais para prevenir acidentes, ideal para ser manuseado por crianças a partir de seis anos, que são vistos como disseminadores da prevenção para os pais. “O objetivo é orientar os pais, responsáveis, professores e crianças na prevenção de acidentes domésticos, além de instruir como proceder em caso de incêndio ou se alguém se queimar em casa. Por isso, criamos o jogo, de forma lúdica, em cinco fases de dificuldade”, explica Jorge Santana.
Dessa forma, o sistema foi desenvolvido pelo professor Alex Leal e seis alunos do curso de Jogos Digitais, que criaram a logomarca Lobo Guará Studios. Já na primeira semana foram mais de mil acessos na plataforma. “O jogo foi um sucesso, principalmente para a classe média. Mas, infelizmente, o projeto parou. Os alunos se formaram e o curso na universidade foi cancelado. Mesmo assim, o jogo Com Fogo Não Se Brinca é um exemplo de game educativo de excelente resultado”, destaca Alex Leal.
Mesmo com o projeto parado, ainda é possível baixar o jogo no celular, disponível apenas para aparelhos Android. Bem colorido, conta com personagens masculinos e femininos e o jogador precisar acertas as perguntas que vão sendo colocadas, como por exemplo, qual lugar ideal para soltar pipa e o que fazer em casa de queimaduras no corpo. A cada resposta certa, o jogador avança para a próxima e acumula pontos.
Cuidado em casa é essencial
Conforme dados da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), cerca de 70% dos acidentes com queimaduras acontecem em casa. Deles, 40% acometem as crianças. Com isso, o médico voluntário da Unidade de Queimados do Hran, chefe da unidade em 2016 (ano de lançamento do aplicativo), Mário Frattini, esclarece que a maioria dos casos de queimaduras é decorrente de imprudência ou negligência, por isso, a ideia é tentar reduzir esse número e o jogo ajuda a criança a aprender brincando, além de ensinar o adulto”, ressalta.
A cozinha é o cômodo onde mais acontecem os acidentes com crianças. A escaldadura (contato com líquidos quentes) é a causa mais comum. Entre os menores de 6 anos, a curiosidade acaba os levando a puxar cabos de panela e toalhas de mesa. Nas crianças maiores de 6 anos, os acidentes mais comuns são por chama direta, utilizando um líquido inflamável, principalmente o álcool.