A realidade dos CTQs pelo Brasil - Hospital Estadual Infantil Nossa senhora da Glória, em Vitória, Espírito Santo

YD Comunicação - 11/03/2022

O Centro de Tratamento de Queimaduras do Hospital Estadual Infantil Nossa senhora da Glória, em Vitória, Espírito Santo, passou os primeiros anos da pandemia por coronavírus de uma forma bem diferente de algumas outras regiões do país, teve pouco caso de acidentes pelo uso indiscriminado do álcool líquido e em gel.

A cirurgiã plástica Rosalie Matuk Fuentes Torrelio é coordenadora do CTQ do hospital desde 2019 e trabalha no tratamento de queimaduras desde 2013. Ela explica que o Centro tem boa estrutura e profissionais, mas sente falta de uma campanha de prevenção mais efetiva no estado.

Como é a estrutura do CTQ, tanto física quanto de profissionais?
Temos uma unidade fechada, com leitos de baixa complexidade e enfermaria, com limites de 10 pacientes. O hospital tem um centro cirúrgico e tem CTI e se precisarmos por algum paciente, podemos usar o CTI geral. Temos anestesista 24 horas. Temos plantonistas, sete dias por semana, todos são cirurgiões plásticos. E tem outro profissional que faz ambulatório e centro cirúrgico a tarde, alinhado com os plantonistas.

Quais as maiores dificuldades encontradas?
A maior dificuldade enfrentada hoje é fazer, de forma efetiva, a prevenção, tanto primária quanto secundária. No estado todo a gente tem essa dificuldade, por falta de apoio. Outra dificuldade é conseguir implementar protocolos mais modernos para crianças. A gente tem bastante material, curativos especiais, mas ainda faltam protocolos mais específicos e atuais para as crianças.

O que mudou com a pandemia?
Com a pandemia, o hospital ficou bem mais vazio e, no nosso caso, tivemos redução. A questão do álcool em gel, que afetou muitos estados, não chegou até nós.

Desde que entrou, conseguiu implementar algum projeto, mudar algum protocolo, enfim, fazer alguma alteração positiva no centro?
Desde que entrei, consegui melhorar o uso dos curativos especiais, também sou presidente da Comissão de Curativos, então a gente tem bastante material disponível no hospital, de mais simples a mais caros. Fizemos bastante treinamentos com os cirurgiões para melhorar o uso desses compostos. Nos capacitamos para o transplante de pele, mas acabamos esbarrando na burocracia, que é grande para consegui implementar e nos credenciar para transplantar. Conseguimos aumentar a carga horária para que tivesse cirurgião 24h.

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