YD Comunicação - 12/11/2021
Os Centros de Tratamento de Queimados (CTQs) são unidades de atendimento para pacientes que sofreram queimaduras. No Brasil, há 76 em funcionamento. Apesar da evolução deles nos últimos 20 anos, os CTQs ainda enfrentam muitos problemas estruturais, de organização de equipes, de inclusão e implementação de tecnologias, fluxo e parâmetros de atendimento, insumos, recursos humanos, entre outros.
Falar sobre as dificuldades enfrentadas é uma forma de chamar a atenção para mudanças. Por isso, para mostrar a realidade de cada um, a Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) está fazendo esta coluna dar oportunidade dos chefes de CTQs falarem sobre suas unidades.
Nesta edição, Elaine Marlene Tacla é a convidada. A médica é a coordenadora do CTQ do Hospital Geral Dr. José Pangella de Vila Penteado, em São Paulo, há cinco anos e explica como é a realidade local.
Como é a estrutura física e de profissionais?
Temos entre 10 e 12 leitos e o atendimento prestado é com muito suor e dedicação, pois faltam profissionais, tanto médicos, como os multiprofissionais. Ainda, faltam leitos pediátricos, reabilitação aguda e pós-alta.
Desde que entrou, conseguiu implementar algum projeto, mudar algum protocolo, fazer alguma alteração positiva no centro?
Muitas. Conseguimos equipamentos para todos os leitos, compra de dermatomo cirúrgico, mesh graft, compressores pneumáticos, televisões, desfibriladores, protocolos como de cultura de vigilância, compra de exames sorológicos para todos os pacientes, de antibióticos, perfil microbiológico anual, primeiro atendimento, curativos e ambulatório de sequelas. Também tem a abertura da unidade para trabalhos científicos. Foi realizada uma tese de doutorado, em 2019, e muitos trabalhos científicos. Abertura para estagiários médicos em formação para cirurgia plástica, cirurgia geral e emergencista.