YD Comunicação - 19/10/2020
Dividido em quatro módulos, capacitação visa sanar dúvidas de médicos e incentiva o uso de pele no tratamento de queimaduras
A Sociedade Brasileira de Queimaduras dá início, nesta segunda-feira (19), ao curso teórico por telemedicina para transplantadores de tecidos alógenos de banco de tecidos humanos. A capacitação, que vai até 9 de novembro, foi dividida em quatro módulos e será realizada online, por meio da Rede Universitária de Telemedicina (Rute) da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa.
As 70 vagas abertas foram todas preenchidas logo nos primeiros dias de inscrição. O curso é voltado para médicos cirurgiões plásticos ou de qualquer outra especialidade que trabalhe, há pelo menos dois anos, em centros de referências de queimados do Sistema Único de Saúde (SUS).
O curso conta com o apoio do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Conselho Federal de Medicina (CFM) e visa capacitar equipes dos Centros de Tratamento de Queimaduras (CTQ’s) no uso de tecidos alógenos (pele alógena e membrana amniótica).
No conteúdo programático estão previstos uma mesa redonda sobre política de tecidos alógenos como ação intersetorial e discussões sobre o funcionamento de bancos de tecidos, fisiologia dos transplantes, indicações para os transplantes de pele, risco e complicações, além de membrana amniótica e expectativas para bancos de pele.
Segundo o presidente da SBQ, José Adorno, o curso de capacitação vem atender à necessidade de disseminar conhecimento, dentro das equipes multiprofissionais, sobre os benefícios da utilização dos tecidos alógenos para o tratamento de queimaduras.
“Mostrar a eles o quanto isso facilita em controle de infecções, controle clínico do paciente, porque diminui a perda hídrica, perda de massa protéica, porque cobre a ferida. Isso permite às equipes multiprofissionais, especialmente as que tratam o grande queimado, dar uma condição de mais estabilidade para que se conduza o tratamento ao longo do tempo”, explica.
Conforme destaca o gerente de Sangue, Tecidos, Células e Órgãos da Anvisa, João Batista Silva Júnior, os tecidos são produtos terapêuticos essenciais à saúde coletiva. “Esses produtos devem ser processados sob boas práticas e administrados por profissionais médicos capacitados e sob requisitos de segurança do pacientes. Neste sentido, é importante o aprimoramento do conhecimento técnico e dos requisitos de vigilância sanitária sempre com foco em atender as necessidades do paciente”, frisa.
DOAÇÃO – Para Adorno, quando se oferece conhecimento acerca da tecnologia, incentiva o uso, aumenta a demanda e sensibiliza para que mais pessoas sejam informadas sobre a importância de doar pele, assim como doar outros órgãos.
“Temos a pele alógena usada em quatro bancos de pele no Brasil. Estamos em discussão para abrir outros. Salvador e Brasília possuem planos para ganharem, cada um, um banco de pele. Precisamos aumentar a utilização e a disponibilidade de pele”, destaca o presidente da SBQ.