- 05/11/2024
Apenas 17 dos cerca de 47 centros de tratamento de queimaduras no Brasil responderam ao questionário lançado há três meses pela Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) para conhecer a realidade desses locais responsáveis por atender pacientes de alta complexidade em queimaduras.
Em razão da baixa adesão, a diretoria reitera a importância da participação de todos os coordenadores neste levantamento. A última pesquisa foi feita em 2021 e tem orientado discussões de políticas públicas, destacando desafios como vazios assistenciais, falta de integração em rede e a carência de leitos, especialmente pediátricos.
“Este levantamento será fundamental para o desenvolvimento de um panorama atualizado e completo dos Centros de Tratamento de Queimaduras (CTQ) no Brasil e resultará em um relatório nacional com dados georreferenciados, estratificados por capacidade, estrutura física e recursos humanos com a visão de quem atua na linha de frente do tratamento de queimaduras”, frisa o médico José Adorno, representante Interinstitucional Nacional da SBQ e responsável por este levantamento.
Para responder ao questionário, basta acessar o link do inquérito.
Entre os objetivos da nova pesquisa estão avaliar o impacto após a pandemia de Covid-19 e facilitar a discussão da estrutura de atendimento dentro de discussões estratégicas para Linha de Cuidado com o Ministério da Saúde e outros parceiros da sociedade, bem como com iniciativas regionais.
Os dados serão tratados e curados com o suporte técnico científico da Coordenação de Pesquisa e Comunicação Científica (CPECC) da Escola de Saúde Pública do Distrito Federal (ESPDF), sob a responsabilidade do professor Sérgio Fernandes, membro da SBQ.
“O relatório será divulgado e permitirá comparar seu CTQ com outros centros de sua cidade e região, gerando uma base sólida para o planejamento conjunto e a cooperação interinstitucional. As informações do relatório ainda possibilitarão à SBQ fundamentar, com ainda mais propriedade, as negociações com o Ministério da Saúde para o desenvolvimento de políticas assistenciais mais alinhadas às reais necessidades dos pacientes de queimaduras no Brasil”, observa o professor Sérgio Fernandes.
Apesar da evolução dos últimos 20 anos, os CTQs ainda enfrentam muitos problemas estruturais, de organização de equipes, de inclusão e implementação de tecnologias, fluxo e parâmetros de atendimento, insumos, recursos humanos, entre outros. Falar sobre as dificuldades enfrentadas é uma forma de chamar a atenção para mudanças.