Projetos de estudantes ajudam a prevenir e tratar queimaduras de formas inovadoras

- 01/08/2025

Eles ainda estão aprendendo, mas podem ter muito a ensinar! Jovens de graduação, pós-graduação e até mesmo do ensino médio têm se envolvido em projetos que ajudam a levar mensagens de prevenção a queimaduras e até mesmo inovações que podem ser aplicadas no tratamento das vítimas.

Um exemplo desse engajamento é o projeto Restaura, fundado em 2020, como um programa de extensão na Universidade do Estado de Santa Catarina. As atividades são supervisionas pelo fisioterapeuta e coordenador de Ligas Acadêmicas da SBQ, Juliano Tibola, e atualmente contam com o apoio de quatro bolsistas e duas voluntárias.

O programa visa realizar o tratamento das sequelas de queimaduras em pacientes queimados, capacitar os acadêmicos e profissionais que atuam nessa área no estado e prevenir as lesões por meio de campanhas educativas voltadas ao público infantil.

“O programa Restaura preconiza o movimento, massagem e o uso da malha compressiva, e a queixa principal do paciente para a reabilitação fisioterapêutica. O projeto também realiza encaminhamentos quando necessário de acordo com cada paciente”, desta Mirella Schmoeller Nienkoetter, bolsista do programa.


Ela conta que, anualmente, o Restaura atividades de prevenção em escolas pública para crianças do fundamental quando entregam o livro “Aventuras de uma pipa Prevenindo Queimaduras”, junto de brincadeiras voltadas a prevenção de acidentes. 

“Para a formação dos estudantes da área da saúde, é muito importante que eles se envolvam nos programas de extensão, tenham essa visão voltada à prevenção também, porque ele vai se tornar um futuro profissional mais atento, que não vai estar pensando apenas numa técnica curativa, mas em prevenir essa lesão. Para que uma pessoa não se queime, a única maneira é que elas tenham conhecimento de ações preventivas”, observa Juliano Tibola.

Projeto premiado

A estudante Sofia Mota Nunes, de apenas 16 anos, já recebeu 10 prêmios com o projeto pele artificial destinada à regeneração celular e tratamento de queimaduras. Entre os que ela considera mais importantes foram na Mostratec- Libertato, importante feira científica da América Latina, e o Prêmio Mary Kay Inc, onde recebeu U$ 750.

“O projeto desenvolveu um enxerto sintético, utilizando diferentes biomateriais, para tratar queimaduras graves de segundo e terceiro grau, servindo tanto como curativo como um substituto dérmico permanente”, explica.

O projeto foi idealizado por ela e coordenado pelo professor Carlos Fonsca, da Escola Santa Teresinha, no Maranhão. “Em geral, eu comecei um projeto sobre biomateriais, estava amplo e decidi produzir uma pele artificial e como gostaria de ajudar a população, meu foco seriam queimaduras, por ser um problema comum mas que realmente afeta as pessoas tanto fisicamente quanto psicologicamente”, diz Sofia, lembrando que não existem tantos opções de tratamento disponíveis para queimaduras graves.

“Os métodos atuais apresentam limitações e altos custos. Pensando nisso,  desenvolvi meu produto, que além de ser baixo custo não apresenta essas desvantagens”, destaca. Sofia iniciou o processo de patente do projeto.

Para Juliano Tibola, estudantes jovens sempre têm ideias novas, o que é muito bom. “São jovens que vão trazer novos meios de trabalho com os próprios alunos que são envolvidos no ensino básico, que é o nosso foco para prevenção. Então, eles vêm também com novas ideias que vão agregar todo esse trabalho preventivo que é feito”, finaliza.


 

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